quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A Alegria

Podem falar o que quiser, George W. Bush é a alegria da esquerda mundial.

Nunca foi tão fácil ser contra a direita, o império e a beligerância.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

O Casamento

E olhando para o meu grande amigo Everton, na iminência de sua cerimônia de casamento, perguntei aos outros amigos que me rodeavam:
- Será este o fim ou o início?

O legado da minha miséria

Já quis ter muitos filhos, hoje já não quero nenhum.
Se eu o trouxesse para este mundo de merda que a gente vive, eu já poderia me considerar um péssimo pai.

Este é um dos motivos. Há outros, mais egoístas, mas deixa pra lá... vou fingir que é só por isto e vocês fingem que acreditam.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A César...


Sempre tive receio das imagens perto de textos. São tendenciosas, agregam uma importância que normalmente não possuem, podam a imaginação, enfim, tem mil efeitos perniciosos.
Por exemplo, sobre a poesia “Tão Mais Fácil”, a foto indica que houve o adeus, afinal, há a pegada de somente uma pessoa na praia.
Mas a letra não deu certeza disto...
Muitas vezes as fotos retiram os múltiplos entendimentos que as pessoas poderiam ter sobre as escrituras. Uma afronta à imaginação e um golpe no talento de um autor.

Afora isto, normalmente, como diria o poeta gaúcho, são “páginas em branco - fotos coloridas”.

Mil defeitos...

Porém...

Fica tão mais bonitinho, né?
Menos árido, por assim dizer.

De qualquer maneira, espero que não fiquemos restritos às fotos. Elas são bonitas, mas são somente complementos.
O crucial são as palavras.

Uma foto eu posso ficar sem.
Já uma idéia, um complemento, um pensamento interrompido onde diríamos, ou saberíamos àquilo que

A Origem das Espécies















Eu e meus companheiros, antes de iniciarmos as nossas atividades, todos os dias realizamos os Diálogos Diários de Segurança, Meio-ambiente e Saúde (DDSMS), uma espécie de bate-papo com assuntos diversos sobre os temas supra-citados, com vistas a conscientizar o grupo da importância de práticas saudáveis, tanto no trabalho quanto na vida diária.

Pois bem, hoje, um destes diálogos, ao tratar de relacionamentos interpessoais, teve como mote a dialética de Aristóteles.

Cá com meus botões, refleti sobre como mudamos. Imagine-se fazer este tipo de abordagem para um peão da década de 70? Se o interlocutor não levasse uma marretada poderia dar-se por satisfeito.
Julgo que muitos ainda hoje obstariam tal prática. Os que assim o fizerem, estão errados, pois eu e meus companheiros aprovamos plenamente a palestra.

Não obstante, ainda temos outros tipos de oposições. O anarquista Proudhon, por exemplo, afirmava que a ciência, para os escravos, era um veneno. O mesmo autor em palavras mais abundantes (retirado do blog Lista de livros), explica:

“Ocupar-se da educação dos pobres! Mas isso seria criar nessas almas degeneradas o mais atroz antagonismo. Seria inspirar-lhes idéias que lhes tornassem o trabalho insuportável, afeições incompatíveis com a grosseria de seu estado, prazeres cujo sentimento nelas se embotou. Se semelhante projeto pudesse dar certo, em vez de fazer do trabalhador um homem, dele se faria um demônio”.

E aqui fiquei, refletindo sobre a mudança de nossa sociedade. Sobre o conhecimento que os demoniozinhos já tem acerca da exploração a que são submetidos, a postura, a responsabilidade ambiental, a preocupação com o próximo, etc.
Donde cheguei a uma particular e feliz conclusão:

“Até o peão evolui”.

É realmente um avanço, afinal, a máxima que melhor nos definia (e continua tendo um tanto de verdade), era:

"O peão é a imagem do cão".

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Tão Mais Fácil


Estou sobre as pedras interpostas
Que surgiram em nossa estrada
Deixando-nos sem resposta
Como algo assim pode surgir do nada?

E era mais fácil não olhar para trás
Para se lembrar de verdade do que aconteceu
Vamos fingir que tudo era tão bom
Para suportar o passado que não se esqueceu

As lamúrias que ficaram
São os cimentos dos meus eus
Os pelegos jamais se levantaram
É tão mais fácil dar um adeus

As ondas que se erguem
Desabam sobre quem não merecia
Pesadelos que não se esquecem
Reavivados pelo dia-a-dia

Tudo o que sentimos intensamente
Na pior das hipóteses, nos aviva
Seria tão menor a nossa infelicidade
Se não criássemos tantas expectativas

Os fatos que me consomem
Não são só problema meu
Olho para o que eu me tornei
E é tão mais fácil dar um adeus

As línguas que me enrolaram
O fizeram sem imaginar
Que independente do que acontecer
Eu nunca irei me dobrar

Meu pensamento helicoidal
Vagando sob tudo que me permeia
Me afastou da menina normal
Que aos fatos importantes é alheia

Algum dia eu quis me guardar para alguém
E ao encontrá-la, diria: isto é seu
Não sei quais foram as falhas no caminho
Só sei que é tão mais fácil dar um adeus

Queria construir ao lado de uma mulher
A família que seria uma redoma
Mas parece que nunca é suficiente
Mulher que tão pouco oferece e tanto toma

Quantas vezes precisaremos ceder
Sem que isto seja reconhecido?
Quanta roupa suja iremos lavar?
E tudo permanecerá encardido

Já não conseguimos apagar
Tudo de ruim que aconteceu
Agora olho no fundo dos seus olhos
E é tão mais fácil dar um adeus

18/12/2007 – 21:16 – PRA-1

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Solidão Literária

Engraçadas são as coisas. Ninguém deve vir aqui neste blog, além de mim. Nem os outros escritores do próprio blog por aqui dão as caras (!).
Daí, com esta concepção, fico mais inclinado a discorrer sobre as efemérides que me acossam de maneira mais intensa. Empolgo-me. Por enquanto, mostro tristeza, mostro o sorriso, mostro alegria, mas eu mesmo, não.

Talvez caiba desabafar, jogar pus, porra, sangue, merda, lágrima, pra fora, mesmo...

Nem tudo convém ser mostrado, é evidente. Muitas vezes nem para nós mesmos. Mas já que to sozinho, é menos pior, né?

Porém, há uma incerteza que me inquieta.
Vai que tenho milhares de fãs silenciosos?

Ou pior: a quem eu dou mil toques complementando as idéias que posto aqui, demandando respostas que soçobrariam caso já tivesse lido estas linhas retas feitas no dorso inclinado da minha vida.
Mas não...
Tudo parece ser meio distante, alheio... nada de retorno. Ou de “feedback” como dizem os idiotas.
Ultimamente tenho pensado que é melhor assim. Maldita hora foi a que expressei descontentamento por esta desatenção. É um direito pleno. Onde eu estava com a cabeça? Agora lá vem o remorso, minha sombra incurável.

Voltando ao assunto: já não é hora de mostrar o que não se deve?

Os punhos estão renhidos, os dentes cerrados e o alvo está próximo.
Falta pouco.

domingo, 16 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

Vento, ventania

Por estas plagas, esta noite o vento chegou a incríveis 47 nós, ou seja, mais de 84 kM/h .
O pessoal antigo de bacia até comentou por aqui que isto não acontecia antes. Retrato das mudanças climáticas provocadas pelo homem.

Porém, o vento não me levou para as bordas do céu, daí não consegui puxar as barbas de Deus. Não conheci o lugar onde nasce a chuva, e onde o puto faz a curva. Não cavalguei nos seus desatinos (mas quase). Talvez não o fiz porque desatino por desatino já tenho os meus suficientemente.
Não vi revoadas, tampouco redemoinhos. Estive na expectativa que a revoada fosse feita por nós, ejaculados longe. Redemoinhos estavam para ser formados... pararam pouco antes.
O vento não carregou balões para o mar, posso dizer que ele traz pouca coisa pra cá, além de percepção de solidão e frio (soma perversa).
Não o vi enrolar pipas nos fios. Neste caso defendo-o, afinal, sem ele as pipas sequer alçariam vôo.
Não consegui mandar meus beijos pelo ar, feito o pastor Santiago.
Não fui aos quatro cantos do mundo, ainda caço feito um guepardo faminto os recantos obscuros dentro de mim, mesmo.
O vento abrandou, sim, o calor do sol. Até demais. Emaranhou os cabelos das parcas meninas que por aqui se encontram.
Não pude através dele, voltar. Mas eu chego lá.
Voltarei. Sempre remediado, sempre diferente de quando subi. Qual seria esta diferença?
Desço mais velho. Sinceramente mais velho.

Lirismo

Ouvindo a melodiosa voz da vocalista do The Cramberries, suponho que há algo a me ser dito que eu ainda não compreendo. Talvez não seja o momento, também. Vai saber.

Assim parecem ser algumas músicas. É preferível que não as entendamos, que ingressem em nossos ouvidos como se àquela mulher (que eu suponho doce e harmoniosa) estivesse dizendo tudo o que eu mereço ouvir, tanto de bom, quanto de ruim.
E ninguém ainda o fez.

Seria insincero omitir que eu não gostaria que a libra ficasse equilibrada nas melodiosas e suaves mensagens que deveriam ser-me repassadas.
Paciência.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Constatação e expectativas

Carece dizer que vivo um bom momento na vida. Certas coisas fluem, outras ainda não estão a contento, mas prossigo num caminho pouco escarpado, por assim dizer. Comparado a outros tempos, estou no céu.
Não sei... olhando para trás, dá para deduzir que estou naquele silêncio sinistro que antecede o paredão de água que está para desabar sobre nossa cabeça.
Olhando para frente, quero crer em outras coisas.
Quero crer.

Sobre os zumbis

... “eu não posso ser só mais um a acreditar que a vida é só acordar cedo, trabalhar e ir dormir com dor nas costas”.
... “o cara que não entende de política é um morto-vivo. Ele já está morto e não sabe”.
Mestre Tojeiro, num emocionado debate emocional-filosófico.

É assim que é.
Vai trabalhar a vida inteira ganhando um salário de merda e não terá a audácia, a disposição e a vontade para entender de política, saber o porque de ter de acordar tão cedo, trabalhar tanto, tomar esporro e ainda ganhar tão pouco.
Vai pensar a vida inteira que a culpa é do chefe.

São os zumbis. Os deliberados zumbis.

E piores serão aqueles que, ao tentarem compreender política, se informarão com o que há de mais funesto, sombrio e contrário aos interesses dos trabalhadores. Estes serão piores do que os mortos, pois, assombrarão os vivos com as suas falácias.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

No cravo e na ferradura

E foi dito por mim, em meio a prolíficas e lúgubres lágrimas:
- Desprezar o amor de alguém é um pecado que não tem perdão.

Compõe parte do inferno que carrego na cabeça e no peito.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Aforismo XVIII

Logo abaixo de Deus, está o tempo.
Que é, por assim dizer, no amplo espectro dos domínios divinos, o seu poder maior.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Chegando ao fim

Na bela música "Luz negra", executada por Cazuza numa versão ao vivo, os versos finais são: “eu to chegando ao fim... eu to chegando ao fim... eu to chegando ao fim...". No meio desta tríade, um homem da platéia grita: “Eu também”.
Sempre achei maravilhosa esta música e o complemento do espectador foi maravilhoso.

Pois bem, eu, que espero não estar chegando ao fim, compus certa letra (¿seria poesia? ¿Alguém saberia me dizer qual a diferença?), e gostaria de dividir os versos finais com vocês:

“Eu só descobrirei o que procuro
Na hora em que encontrar”.

É isto.

Não sei se é tão legal, mas faz muito sentido para mim.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Aforismo XIV

"O Evangelho Segundo Jesus Cristo" de José Saramago está para a bíblia da mesma maneira que "Os Versos Satânicos" de Salman Rushdie está para o Alcorão.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Consideração resignada

Pôxa, tenho visto tão pouca TV ultimamente que está dando até saudade... Estou doido para assistir um exemplo de refinada ironia, ou inteligência atilada.
Como uma entrevista com um jogador de futebol, por exemplo.
Se for do Romário, então...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O Desejo

Se provêssemos a um político a realização do seu sonho mais íntimo, com certeza, não seria o fim da desigualdade, das guerras, ou algo que o valha.
O que os políticos mais desejam, no fundo de suas almas, é um local de onde possam falar.
E, especialmente, serem escutados.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

domingo, 2 de setembro de 2007

Aforismo XI

É-me uma necessidade intermitente estar sozinho. Porém, trabalhando embarcado é impossível ter-se um momento de profícua e sólida solidão. Não há momento que seja para que possamos nos autocontemplar, seja lá de quais maneiras sejam; o que me incomoda demasiado.
Alguma coisa há de expirar.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Aforismos, Oscar Wilde e Nietzsche

Tenho que abrandar este excesso de aforimos, senão, daqui a pouco estarei como Oscar Wilde e Nietzsche, que invertiam a ordem da importância em suas escritas. Não eram as histórias que continham os aforimos, mas os aforismos que continham as histórias.

Ah! Gosto de Oscar Wilde, já Nietzsche, apesar de ser bom, me parece mais virulento que genial.

Aforismo VIII

Estar doente é uma merda.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Aforismos alheios

Permito-me mais humor na escrita que o habitual.
Um grande companheiro, Aldo, emitiu dois peremptórios aforismos que tenho de dividi-los com as senhoras.

Um, tratava sobre outro companheiro (Daniel) e sua namorada:
"Eu acho que ele comeu a merenda antes da hora".

Outro, sobre um certo desaparecimento que acontece com as coisas, como cds, canetas e afins:
"Nada some, só consome".

É isto, meu amigo Aldo, cumpri o prometido.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Responsabilidade Social

Pode ser considerado um ato de responsabilidade social uma empresa investir um determinado valor em algum evento social, beneficente, esportivo, seja o que for e, gastar centenas de vezes o valor investido no ato para propagá-lo, para mostrar a todos a “grande contribuição” que está fazendo?
A propaganda não deveria se fazer pelo próprio investimento, e só?

Quando vejo a divulgação dos atletas e eventos em suas propagandas, tenho um asco tão sincero, que seria muito melhor, na minha opinião, que não patrocinassem nada.
Seria um ponto a menos para a hipocrisia que nos rodeia.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A Utilidade

Tenho refletido imensamente na busca de uma utilidade para os escritos de Nélson Rodrigues.
Servirão como papel higiênico? Não, preferiria cagar na moita e limpar-me com parte de uma planta qualquer... folhas de bananeiras são ideais, diga-se de passagem.
Apoio para mesas com pé bambo? Acho que não, todas as vezes que eu olhasse para o chão me enojaria. Além do que, por mais que limpassem a casa, eu continuaria peremptoriamente afirmando: o chão está imundo.
Queimar os livros? Julgo que não, ideologicamente sou avesso a qualquer incineração de livros. Além do que, seria um desperdício de álcool.

Como infelizmente nem para palimpsesto os escritos do pulha serviriam, creio que não há solução razoável para o caso. Ou, alguém pode me ajudar?

Outra dúvida para com meus tétricos neurônios: Quando ele era pior na “escrita”, em seu machismo contumaz, ou na sua crítica política?

Voto com as narinas tapadas na política, diga-se de passagem.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

As Filas

Basicamente, todo lugar que presta contêm filas. E muitos que não prestam, também.

A Necessidade

O que os homens mais precisam, é de inimigos. Imaginários, ou não.

A Cura

As Tentações de Santo Antônio - Salvador Dalí



Brinco com alguns amigos meus que Sodoma e Gomorra caíram por menos do que o Rio de Janeiro é hoje (¿quais são mesmo os nomes das outras duas cidades também destruídas pela ira divina?).
Bem, a devassidão moral que assola a cidade me preocupa bastante. E me preocupam, ainda mais, as históricas “curas” que os homens costumam arranjar para combatê-la.

O Início do Fim

“Logo depois da tribulação daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados”.

Não sei porque razão, parte de Vitória na noite de ontem esteve imersa numa espécie de neblina, uma fumaça espessa... Coisa estranha...

Cá com meus insólitos botões, vendo o lúgubre luzir dos postes sendo abafado pela neblina, deduzi, feito o típico homem medieval, que àquele era um excelente método para dar-se início ao fim dos tempos.

É um conselho que dou antes que soe a última trombeta. Antes de seu clangor derradeiro, vendo uma neblina interminável, peça perdão. Ou aproveite desbragadamente o tempo que lhe resta.

sábado, 7 de julho de 2007

O Estorvo

Deve ter sido inserida em alguma poesia perdida pelos arquivos da vida, mas a frase que cito abaixo é o resumo da minha adolescência:
Ser um estorvo cansa.

O Casório

Caso recente de nosso conhecimento, uma mulher, fervorosa católica transmuta-se em batista e casa. Minha irmã estranha o fato.
Tenho de respondê-la: Mas para casar, Amanda, uma mulher vira islâmica, confucionista, hinduísta, seja o que for.

O porque desta necessidade, é assunto para outro momento.

A Incompetência

O Mundo é incompetente como um todo. Os funcionários públicos em particular.

A Exceção

Companheiros, não direi após todo tópico: “Há exceções, é claro”.
Parece-me óbvio demais.

Em tudo cabe esta frase.

Há exceções, é claro.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O Temível

Lembro-me que na copa de 94 o então técnico da seleção era o Dunga, e assim foi até 98. Não sei porque, agora que oficialmente assumiu o cargo, parece excessivamente retesado. Presumo que seja por causa da CBF, que, segundo dizem, não permite que os técnicos façam exatamente o que querem na seleção. Segundo fontes confiáveis, há certos limites impostos pela comissão técnica permanente e pelo seu Rei, o Imaculado Ricardo teixeira, que provavelmente ficará no seu feudo até a morte.
Naquela copa em que o Brasil sagrou-se campeão, fui comprar uma blusa da seleção, e no meio da balbúrdia geral da loja, todos só queriam dois nomes: Romário e Bebeto. Exceto este que vos fala, que buscava a camisa 8, do capitão que eu sinceramente admirava e admirei, até quando este despediu-se da seleção.
Aliás, diga-se de passagem, foi o último capitão que de fato vestiu a camisa e a braçadeira da seleção brasileira.

Pois bem, quem guiava o time em 94 era o Dunga, mas quem o escalava era um tal de Parreira. Parreira era muito criticado por escalar dois cabeças-de-área, o dito capitão e o Mauro Silva.

Ontem, assisti ao jogo em que a seleção brasileira enfrentou o perigosíssimo Equador com três cabeças de área. E quando um lateral direito teve de ser substituído, o foi por um zagueiro.
Eu iria até espezinhar o técnico, mas como enfrentávamos o temível Equador, esta laboriosa seleção, detentora de uma mítica futebolística irreparável, dona de um histórico campeão invejável, por exemplo, com os títulos da...
Do...
De...
Bem, já disse a vocês, minha memória costuma me trair, a maldita.

Seguindo a lógica dos fatos, suponho eu que quando tivermos de enfrentar a Argentina, o faremos com 12 zagueiros.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

O Feriado

Julgo eu que falta pouco para o dia de hoje tornar-se feriado mundial.
Recuso-me, novamente, a dar a mão.

Aviso aos náufragos

Companheiros de batalha e/ou regozijo, estou escrevendo em outro blog as particularidades políticas de nossa republiqueta: http://www.politicanadaimparcial.blogspot.com/
E a lista de livros que tive (eventualmente) as felizes oportunidades de lê-los em http://www.listadelivros-doney.blogspot.com/
A parte literária, por assim dizer, prossegue por estas plagas.

O Inverso

Raras são as coisas que conseguem ser opostas as outras, diferentemente do que apregoa o I Ching, livro mais antigo do mundo, que pelas graças do destino não se perdeu.
Quando a gente diz que algo é antigo, deve ser da Grécia. Se é muito antigo, sempre suponho, só pode ter vindo do Egito ou da China. No caso, é da última.

Há algo que julgo inversamente proporcional: são os livros "O Pêndulo de Foucalt", de Umberto Eco e "O Código da Vinci", De Dan Brown.
Um é muito bom, aliás. Retiro-me o fardo de dizer qual, não estou aqui para dar a mão.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

A Política, os Vampiros, e os Suicidas

Engraçado, quanta política nas últimas postagens... e nem publiquei a derradeira poesia. Sei lá, estou sequioso de sangue... rs. Não dura muito, tranqüilizem-se. Até porque, os postos de vampiros da nação já estão todos ocupados.
Desde muito.
Deixa eu parar que já tô voltando ao tema...
Feito àquele desejo irreprimível que o goleiro sente ao deslocar-se atrás da bola e ela, inadvertidamente, resvala em objeto estranho no caminho... E por mais que ele queira retornar, ir em nova direção, contrária a que ele ia, sabe, no íntimo bem sabe que é tarde... não consegue tirar os enraizados pés do chão.

Eu quero ir pra um lado, mas há algo me puxando a escrever sobre isto. Feito o inexorável desejo que, presumo, o suicida sente pelo abismo.

Aliás, mais um dos meus singulares questionamentos me atordoou: Um suicida é o maior dos corajosos, ou o pior dos covardes?

O Abutre e o Chopim

Em outra nação, que também não é das melhores, o corvo é Edgar Allan Poe, um grande poeta, autor de algumas preciosidades.
Pois bem, aqui, no nosso infortúnio contumaz, o corvo Carlos Lacerda (nosso Joseph McCarthy), foi o personagem político mais putrefato do século passado (trunfo meritório, aliás, já que a concorrência é pesada).
Hoje duas impolutíssimas figuras tentam, soçobrando de todas as maneiras possíveis, ressuscitá-lo.
Difícil qual dizer primeiro.
Vamos lá, eu consigo.
Diogo Mainardi, eu classificaria como o Chopim.
Arthur Virgílio Neto, como o Abutre.
Ironia, pela enésima vez... o último desonrou o nome do pai, que nada tinha a ver com o filho.
Vai ver seja mais um caso de atavismo.
Espero que o Arthur bisneto tente redimir o pai. Espero.

Ironia Lôbrega

Muitas vezes ouvi as mais cabalísticas máximas sobre o mundo. Alguém diz: O mundo... está desarticulado, será julgado pelas crianças, é gay, é cego, é uma gaiola de loucos, etc.
Eu posso afirmar, mais que peremptoriamente: O mundo é irônico. Relato um exemplo lôbrego.
Os militares deram o fatídico golpe para impedir que Jango fizesse as reformas de base, barrar a lei de remessa de lucros, e outras coisinhas mais, todas tolas e fúteis assim. Ingressaram no poder para isto, fazer o serviço sujo da plutocracia. O discurso, claro, era outro: Fora o comunismo! Abaixo a corrupção! E outras bazófias mais, que, tendo eu uma paciência que não tenho, ainda assim não conseguiria relatar.
Pois bem, hoje, a ausência destas reformas, criou um monstro. Monstro que se avolumou neste mesmo regime. É sabido que o crime organizado carioca, por exemplo, começou com a tigrada (militares torturadores) que, por ter o hábito de não respeitar regra nenhuma, passou pro lado de lá.
Pois bem, hoje, os janízaros criadores deste monstro, fogem de sua responsabilidade dizendo que os militares não são preparados para enfrentar o crime organizado. Efetivamente, não estão preparados.
Pensando bem, estão preparados para o que?
Para a guerra?
Até o mais imbecil dos imbecis, até mesmo quem sente falta de FHC, sabe que não..
Estão preparados para o que, então? Pensa, Doney... pensa... pensa...
Ah! Claro! Estão preparados para baterem em estudantes desarmados! Como pude me esquecer!
Tolinho eu... excessivamente tolinho...

A essência

É fato que trabalhar e estudar concomitantemente é algo contrário à essência humana.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Gênesis

Não sei bem se já explicitei a quem lê estas panegíricas linhas, que minha memória, já pouco retentiva desde sempre, seletiva na maioria dos casos e lugubremente dada à amnésias parciais e definitivas, abandonou-me mais uma vez. Relegado, feito o cão sem dono, ou o palhaço na sarjeta (peço sinceras desculpas se há vícios de linguagem piores que este, sinceramente almejei encontrá-los, no que não obtive êxito, mais uma vez na vida), tenho que solicitar auxílio (ah!, pedir ajuda não deveria melindrar imensamente um homem, qualquer homem?) aos meus expressivos (em todos os sentidos) leitores.
Dado que a minha nada dialéctica mente falha e falha sobejamente, perante os princípios mais básicos que regem o cosmos, dúvidas existenciais vêm surgindo e deixando-me com um gosto amargo na boca.
Não sei quando as coisas começam e quando terminam, por exemplo.
Ajudem-me, por favor. A pergunta de hoje, desconfio piamente, é simples. A polícia federal foi criada no governo Lula?

Raízes do Rio de Janeiro

É considerado livro básico da sociologia brasileira Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Hollanda. Porém, creio eu que a maior parte do livro, essencialmente a que se refere ao “homem cordial”, já não cabe ao Brasil. Proponho uma mudança: “Raízes do Rio de Janeiro”.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Prosperando longe

É sabido por qualquer um que tenha acesso a meio de comunicação qualquer que o dólar cai e cai bastante. O chão é o limite. Pois bem, para conter esta queda, que prejudica enormemente a indústria nacional, especialmente a exportadora (o exemplo mais citado é a de calçados e de têxteis), o economista Gustavo Franco, (que ocupou importante cargo no governo do príncipe dos çábios) tem a mágica solução tabajarística para nossos problemas... o que devemos fazer é... aumentar as nossas importações!!! Só assim a queda do dólar será contida.
Só eu estou vendo isto?
Seres assim estiveram no comando do país... e há quem se julga inteligente (!) por sentirem a ausência dos ditos.

Eu tenho um pedido a fazer ao Pai Celestial. Que crie muitos Gustavos Francos, muitos, muitos, mesmo, mas todos, todos, fora do nosso país. Ocupem BCs, ministérios da fazenda, secretarias do tesouro, enfim, tudo. Longe daqui.
Sendo assim, o Brasil vai crescer muito, criar empregos, agregar renda até aos mais humildes, porque vai exportar muito, tudo, tudo que produzir, para todos. Vai criar o seu próprio milagre econômico. Que não vai surfar na dependência da onda de crescimento mundial, do endividamento e da tortura, como outro que por aqui passou.

Para estes senhores, importantíssimos, educadíssimos, lindíssimos, que têm cadeiras amplas na imprensa (o próprio Franco, André Lara Resende, Mendonção, Pérsio Arida, Miriam Leitão, etc.) tudo que presta, vem de fora. E só de lá.
Há uma coerência neste pensamento (para eles, é claro). Alguém deve se lembrar dos filhos dos escravocratas, dos filhos dos senhores de engenho, que viajavam pra estudar no exterior. Lá havia instituições que prestavam (e que prestam). E só lá. Eles sempre estavam (e estão) muito mais preocupados em destacaram-se perante os nativos do que em criar instituições de excelência por aqui, evidentemente. Crescermos juntos? Never.
Pois bem, os descendentes desta estirpe continuam com esta ideologia. Há um partido que representa bem este pensamento. Algo mais ou menos positivista, por assim dizer: nós, os detentores do conhecimento e do saber, levaremos à plebe rude (imagino que seja a alcunha menos agressiva que podem encontrar) o desenvolvimento que ela pode e merece receber.
Com qual expressão eu poderia expressar minha aversão a eles? Primeira que me vem a mente: - Me erra!
Logo algo mais lancinante e sensato, se sobrepõe.
- Não caguem no meu pau!!!!

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Perigo iminente

Tenho a sincera impressão que estou correndo seriíssimo risco de morte por causa dos meus ideais revolucionários.

Creio ainda que estas postagens abaixo abalarão fortemente as estruturas sociais do mundo.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ideário de uma terceira via (que não é a do poodle de alguém).

Estamos cônscios que o socialismo é ótimo em dividir a riqueza e péssima em produzi-la. Faço um aparte a mim mesmo: pelo menos depois de 1939 assim é, (antes foi algo deveras impressionante... é pena que não tenha se repetido); e não considero a China comunista, aliás, está longe de sê-lo. Pra dar um desconto, nenhum dos países que se auto-intitularam comunistas chegaram perto.
Por mais que tentemos esconder (e alguns tentam bastante), o capitalismo é um (por Deus, ¿por que eles só utilizam a palavra “retumbante” antes da que vem?) fracasso. É um berço de pobreza eficiente por demais. De cada três pessoas na terra (dados da ONU) uma passa fome. Eu escrevo, você lê, alguém está faminto.
Como o capitalismo efetivamente produz riqueza, só é péssimo em disseminá-la, toda empresa deverá dividir eqüitativamente o lucro dado ao dono (ou aos acionistas) com seus funcionários. 50% pra cada.
Afinal de contas, quem efetivamente gera os lucros são os funcionários. Nada mais justo que tenham um quinhão razoável.
Agregam-se assim, as melhores partes dos dois sistemas.

Revogam-se as disposições em contrário. Sejam elas de quem forem.
Valha-me, eu sei de quem são.

Ideário do regime anárquico atualizado.

Todo funcionário público deverá depender somente de serviços públicos em sua subsistência (excetuando presidente, governadores e prefeitos de grandes cidades, por motivos de segurança).
Por exemplo: se um funcionário trabalha na área médica, não poderá ter plano de saúde. Nem ele, nem a família dele.
Trabalha no setor de educação: vai pra colégio público.
A princípio, por uns três anos (período de adaptação) só na área de atuação. Em seguida, para todas as áreas.
É o único meio célere de se melhorar os péssimos serviços públicos oferecidos em nosso país. Dinheiro não falta, é só sentir a carga tributária querendo lhe fazer encostar os ombros no chão.
Pretende se tornar servidor público? Vai, mas vai com espírito.
O nome já diz: servidor.

Críticas e discordâncias: as pedras estão aí, sempre prontas a ouvi-las.
Ah! Tomem cuidado. Às vezes, até elas se cansam. E rolam.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Da série - Homens Mentem, Mulheres Acreditam - Por Isa Feitosa

II - A hora da cama também pede senso.

Diversas vezes já pensei em fazer uma enquete sobre aquilo que se diz na "hora H". Isso mesmo, a hora H, a hora em que você está ali, na boca do gol, no lugar onde mais gostaria de estar.

São nessas horas mais especiais que acabamos escutando as declarações mais estapafúrdias.E põe estapafúrdia nisso!

Digam-me se é possível continuar desenvolvendo qualquer tipo de relação saudável com alguém que está ali, dividindo a intimidade do sexo contigo, e de repente te olha sensualmente e te chama de "serpente"? Ou alguém que canta em tom e semitom um funk insuportável no seu ouvidinho?

Parece absurdo, mas já soube de coisas bem piores. É complicado pensar no segundo e terceiro round se o primeiro acabou com um sonoro "vai minha a Amazona" ou se parece que o camarada acabou de reencontrar a mãe depois de 20 anos, chorando copiosamente depois do último raio de prazer.

A bem da verdade a mulherada também não fica para trás se a questão é a falta de senso. Em rápida incursão pelo mundo masculino, pude verificar que as "gritarias" são bola fora e que a maioria dos homens não acredita muito que gemer excessivamente alto é indício de prazer.

Podem pensar no máximo que temos a intenção de agradá-los, o que acaba não acontecendo.O ideal é deixar o lance fluir e só emitir aquilo que realmente se sente, aí vale tudo. Até gritar se for o caso.

Chato é saber que num momento tão bacana você está ouvindo o que rolou no último capítulo da novela ou no filme mais picante da Amber Lyn.

De qualquer forma, pra quem tem sempre que aturar dessas coisas, vale o consolo de que isso tudo é ainda melhor do a que a gafe clássica de ser chamada na cama por um nome que não é o seu.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Âmago

O que você realmente é?
O que você realmente você é e seria, independente do que lhe aconteceu, independente do que e de quem lhe rodeou?

Aforismo VI

Posso tentar tirar uma dúvida contigo se eu achar que estou procedendo indevidamente. E não se me disseres que estou agindo errado.

Aforismo V

O maior cabo eleitoral do PT não é o presidente Luís Inácio Lula da SIlva. O maior cabo eleitoral do PT é, de longe, Fernando Henrique Cardoso.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Aforismo II

É muito raro encontrar, mesmo em nossa aleivosa sociedade, animal que tenha tamanha perfídia e seja tão interesseiro quanto uma criança.
Tadinho de Rosseau...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Minha Caneca Cheia

Se a ponta do lápis
Fosse menos percuciente
Se a minha justiça
Fosse menos leniente

Se eu não tivesse os ombros vergados
Pelo peso de três mundos
Nem na superfície eu tenho fôlego
Que dirá mergulhar no mais fundo

Se o meu passado fosse menos aterrador
E não fosse tão distante o que me permeia
Se o meu prazer fosse o meu labor
Se eu soubesse onde está minha caneca cheia

Se seu coração não tivesse ricocheteado minha intenção
E as pombas não houvessem se perdido no mar
Se a paz fosse uma obrigação
Se o meu navio tivesse onde ancorar

Se minha esperança não tivesse migrado
Para mares nunca dantes navegados
Se mil sinos não tivessem badalado meus ouvidos
Se só ao entrar em guerras fosse ferido

Se a morte tivesse uma explicação
Se não vazasse o que corre em minhas veias
Se o meu amor não houvesse singrado rumo à escuridão
Se eu soubesse onde está minha caneca cheia

Se existisse luz em alguma parte do dia
Se houvesse encontrado alguém que estivesse errado
Se não tivesse maldade no som de quem sorria
Se eu conhecesse alguém que não fosse encarcerado

Se a individualidade não fosse uma instituição
E o querer bem não trouxesse ingerência
Se o poder não fosse uma ilusão
Se houvesse alguém que não sofresse de carência

Se as regras não fossem flexíveis
E se soubessem que é santa toda ceia
Se as minhas verdades não fossem irredutíveis
Se eu soubesse onde está minha caneca cheia

Se cobras não tivessem picado
Todo e qualquer um de nós
Se admitisse que de tanta coisa sou culpado
Se nos lembrássemos que não estamos sós

Se meus grãos tivessem germinado
Se meus pães tivessem sido oferecidos
Se a chuva ácida tivesse acabado
Se meus tesouros fossem guarnecidos

Tanta coisa que poderia,
Luz branca que ainda não me incendeia
Mas sem tudo isso eu (perfeitamente) viveria
Se eu soubesse onde está minha caneca cheia

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

O Mar

A centímetros, polegadas, metros, pés, quilômetros, jardas, milhas, milhas náuticas de um ponto na terra qualquer, aqui estamos nós. Num ponto qualquer do mar.
O oceano é tão azul e de um azul tão profundo, que custa a acreditar. ¿Por que uma cor desta? ¿Esconde algo? Sempre me é claro, uma das filosofias mais básicas, daquelas mais arraigadas e sinceras, é um problema saber demais. Continua escondendo, então, mar, continua.
Engraçado, gostaria de saber o que ele leva, pra onde vai. Seguir o sabor das correntes. E, libertar-me de outras correntes.
¿Se eu jogasse uma garrafa pústula, aonde ela chegaria? ¿A quem nosso querido mar a entregaria? ¿Ou, o ingrato, devolveria nosso presente? Ou levaria para outros mares, outras ondas, outros destinos, outras fantasias...
Ou...
ou...
ou...
¿?
¿Deveria escrever algo na garrafa como o que? Suponho que há tempos deveria ser um poema, depois um endereço, hoje, continua sendo um endereço, ao menos. Eletrônico. Que também seja o msn, claro.
Não posso escrever nada. Não dá. Não consigo, não devo, não posso e não quero.
Ou, pra criar a exceção (seguindo a regra), eu escreveria se fosse um pedido de socorro.
¿Quando não precisamos de um?
Balança e não balança pouco. Quer me levar no seu ritmo, deixar-me estritamente com o seu sentido, sua direção, seu humor. ¿Quem não deseja fazê-lo? ¿Quem não queremos deixar no nosso ritmo?
Cada parte da superfície com seu movimento... uma balbúrdia e um descontrole. ¡Quanta precisão nisto!
Tão distante da terra e dos homens, dos seus afazeres, seus desesperos, suas metas, seus objetivos (se destruir), seus medos, suas vertigens, seus recalques, suas experiências, seus medos, suas diferenças, seus anseios, suas calamidades, suas exigências, suas velhas vanguardas, suas escrituras.
Distante da terra e distante do chão. ¿Quanto eu deveria mergulhar pra alcançar o que quero? Custa, mergulhar. Dói. (¿Até onde quero conhecer a mim?) Cada viagem, cada escrita, é uma pergunta e um mergulho em si mesmo. O fôlego que a gente toma, varia (¿Qual foi o de hoje?). Até onde a gente vai, não se sabe. Sabe-se só a extensão da profundidade. Depois de certo tempo mergulhando, a gente aprende. Vá, mas vá até certo ponto. Lateja, machuca. Você não quer ir. Você não precisa ir (¿ou não?). Corre-se o risco de não voltar o mesmo, voltar com seqüelas graves. E nem sempre é bom ser o mesmo e nem sempre é bom mudar.
Às vezes a gente pula de um lugar mais alto, por isso chegamos mais longe, digo, mais fundo. E pular é sempre uma temeridade E asas, asas eu nunca tive. Talvez seja melhor assim. Talvez.
As ondas seguem indo, num fluxo que não reconheço sendo o meu. E, pela milésima primeira vez, ¿qual fluxo reconheço sendo o meu? ¿O das pessoas? ¿Do serviço? ¿Dos estudos? ¿Da sociedade? Acho que o de algumas músicas. Olha, gente, ¡uma resposta! Finalmente. Algum dia teria de acontecer.


A noite vem chegando. Só vem pra tirar o azul. Pra mostrarmos quão sozinhos estamos. Pra evidenciar nossa pequenez desta imensidão. Pra clarificar nossa distância de tudo. Pra dar medo. Não precisa, mar, não precisa. Medo eu sempre tive. Sei que é importante tê-lo. Até certo ponto.

Eu voltarei aqui, mar e voltarei a ti. Agora não posso continuar. Preciso encontrar uma garrafa.


17/01/07 - P-43

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Propriedade

Se outros não escreverem neste blog, ele parecerá meu. Será só mais uma ilusão, ora pois. Tanta coisa parece nossa e está longe de sê-lo. Exemplo mais óbvio e tétrico: a nossa vontade.
"Católico apostólico soterrado no divã" diz o samba-rock de Lobão anos antes que criassem esta tal "inovação" musical.

O verso me vem e vem forte, vem cortando outros pensamentos, sem deixar espaço para mais nada. Eu, refletindo sobre a igreja... deveria faze-lo sempre, já que frequento-a insistentemente. Nada comum para um "jovem". Sempre e sempre acompanhado de muitos cãs. Não os daqui de casa, devo dize-lo. Elas não vão. Talvez devessem, penso eu.

Características da igreja? Dogmática, velha, peremptória, com suas contradições, suas virtudes, seus erros atuais e erros ainda mais graves no passado.
Engraçado. Estava descrevendo a igreja ou a mim?

Não é à tôa que frequento-a; me é mais claro agora.

A Negociação

Até onde me consta, sempre estou em negociação: O que meu corpo quer/ O que a sociedade pensa/ O que eu acho correto.

Os três vencem, os três perdem. Qual deles mais o faz, é uma dúvida precisa que gostaria de dirimir. Gostaria, mesmo.
Também não acharia ruim se um deles perdesse de larga monta. Não sei se é isto que acontece, porém. E não é só comigo, ao que parece.

Esta última frase, pseudo-justificativa, magoa, pois, acaba por me enquadrar, mais uma vez, num espectro da negociação que não me atrai. Bah.

Eu e a Lua

Por que teimar em ver somente um lado... eu não sou a lua.