terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Tão Mais Fácil


Estou sobre as pedras interpostas
Que surgiram em nossa estrada
Deixando-nos sem resposta
Como algo assim pode surgir do nada?

E era mais fácil não olhar para trás
Para se lembrar de verdade do que aconteceu
Vamos fingir que tudo era tão bom
Para suportar o passado que não se esqueceu

As lamúrias que ficaram
São os cimentos dos meus eus
Os pelegos jamais se levantaram
É tão mais fácil dar um adeus

As ondas que se erguem
Desabam sobre quem não merecia
Pesadelos que não se esquecem
Reavivados pelo dia-a-dia

Tudo o que sentimos intensamente
Na pior das hipóteses, nos aviva
Seria tão menor a nossa infelicidade
Se não criássemos tantas expectativas

Os fatos que me consomem
Não são só problema meu
Olho para o que eu me tornei
E é tão mais fácil dar um adeus

As línguas que me enrolaram
O fizeram sem imaginar
Que independente do que acontecer
Eu nunca irei me dobrar

Meu pensamento helicoidal
Vagando sob tudo que me permeia
Me afastou da menina normal
Que aos fatos importantes é alheia

Algum dia eu quis me guardar para alguém
E ao encontrá-la, diria: isto é seu
Não sei quais foram as falhas no caminho
Só sei que é tão mais fácil dar um adeus

Queria construir ao lado de uma mulher
A família que seria uma redoma
Mas parece que nunca é suficiente
Mulher que tão pouco oferece e tanto toma

Quantas vezes precisaremos ceder
Sem que isto seja reconhecido?
Quanta roupa suja iremos lavar?
E tudo permanecerá encardido

Já não conseguimos apagar
Tudo de ruim que aconteceu
Agora olho no fundo dos seus olhos
E é tão mais fácil dar um adeus

18/12/2007 – 21:16 – PRA-1

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