sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Dando a mão

     No vórtice de desgraças que os vícios normalmente trazem, ao longo do tempo vamos observando que, muitas vezes, quem mais precisa de ajuda é quem, de fato, mais a recusa.
     É uma doença, sempre escutamos, mas de difícil cura, e pior, com sintomas e sequelas que se espalham não só para o responsável pela mazela, mas também para seus familiares, muitas vezes inocentes de todo na situação.
     E então começa a batalha para tentar trazer o perdido de volta a luz. É uma luta ingrata, inglória, com derrotas e mais derrotas acumuladas ao longo do tempo. 
     ¿Quem será dobrado ante a renitente insistência? ¿Quem conseguirá oferecer a mão seguidas vezes, mesmo seguidamente sendo recusada? ¿Quem terá mais força, aquele que carece de auxílio e repele a mão que se lhe estende, ou o "bobo", o insistente que teima em tentar? ¿Quantas vidas já foram salvas por estes que seguiram tentando, independente de o serem dados todos os motivos para desistir?
     A balança nunca se equilibra, e por demasiadas vezes pende para o lado errado. 
     Há de se ter muita perseverança (ou muita , para utilizar um termo mais preciso), para tanta dedicação a quem, por fim, não é merecedor de tamanha entrega.
     Obter êxito nesta peleja funesta, onde o resultado mais positivo é parar de perder, é tarefa tonitruante, para poucos.
     Infelizmente, creio que não me incluo dentre estes obstinados capazes de tal abnegação.