sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Da serie constatações

Quando a gente chega perto do banheiro... aí é que a coisa aperta de vez.

O fetiche intelectual

Não me desesperanço com aqueles que não leem e afirmam que não o fazem porque não gostam. É uma opção, com consequências negativas e positivas, como outra qualquer.
Eu lamento, deveras, por aqueles que passam mais tempo dizendo que gostam de ler livros do que lendo, propriamente.
Para esses, em que a literatura é um mero fetiche, um arremedo para seu hebetismo, dedico estas ingratas linhas.
Então, a esses que entram em livrarias todas as vezes que vão ao shopping e jamais compram nada, justificando que é caro, mas que, ironia dorida, jamais pegaram um livro emprestado numa biblioteca (senão quando um professor qualquer obrigou), a estes leitores de Dan Brown ou auto-ajuda, dedico humilde e singelamente, de coração contrito e lágrimas contidas, um olhar de cima para baixo, um desprezo que não consigo conter, uma lamúria derradeira sobre sua nociva pseudo-intelectualidade, a bagatela de vossas inteligências.
Eles se julgam superiores aos meros mortais por estes não lerem, por falarem eventualmente errado, por não terem curso superior. Quem dera estes pseudo-intelectuais pudessem permutar suas inteligências pelas suas arrogâncias. Julgam que uma é grande e a outra é bem pequena, quando na verdade, na maioria das vezes é exatamente o contrário.
Bem, nutrir tais sensações não me faz bem, é claro, mas convenhamos que é difícil se conter ante a ignomínia daqueles que deveriam compor a elite intelectual do país, e na verdade são fantasmas do que poderiam ser, fantoches que nada contribuem para o desenvolvimento da nação, mesquinhos eivados de uma soberba injustificada, que insistem ainda em se julgarem melhores do que os outros.
Vejo muita gente criticando o “povo brasileiro”, chamando-o de ignorante, preguiçoso e que tais, porém, muito mais pernicioso ao país do que sua parcela mais humilde é a sua elite burra.
Uma lástima.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Super-destinos

O Super-homem fazia propaganda da coca-cola.

O Homem-aranha fora pego mais de uma vez espiando mulheres nuas através de básculas de banheiros.

O Wolverine era o rei do vale-tudo (proibiam-no de usar as garras, aí já era demais).

O Homem de Ferro gastou todo seu dinheiro com prostitutas, apostas e por fim, com a heroína. Hoje vive
marginalizado, construindo brinquedos eletrônicos, porém, os negócios não vão bem (a China é foda).

O Aquaman está passando fome com a pesca predatória no mundo todo.

O bilionário Arqueiro verde perdeu um braço caindo de moto e sua fortuna na bolsa de valores. A Canário Negro o abandonou. Não se sabe ao certo se o término da relação tem a ver com seu súbito empobrecimento. Mas especula-se muito.

Robin deu um pé na bunda do Batman, o pai que ele não teve e nem queria ter, ser anti-social e maníaco-depressivo.

Capitão América cansou de ser o símbolo favorito do partido republicano, hoje é mundialmente conhecido como Capitão Suíça, e se notabiliza por defender o papa. Queimam as más línguas dizendo que tal poder ressuscitará a Santa (¿) Inquisição. Entretanto, mais de três dias já se passaram e nada ressuscitou.

Colossus entrou em terapia para tentar curar o amor platônico que sente pela irmã.

O Demolidor perdeu tantas nos tribunais, que hoje virou advogado de porta de cadeia. Aceita qualquer parada.

A Liga da Justiça se dividiu em dois times, vulgarmente conhecidos como “Vanguarda da Verdade” e “Defensores do Destino”. Como também são conhecidos pelas siglas VV e DD, os detratores dos respectivos grupos (sempre torcendo pelo outro) chamam uns de Viados Velhos e o outro de Demônios Deturpados.

De fato, os dois grupos vivem se estranhando, e cidades já foram destruídas sem que um lado sobrepujasse. Dada a multinacionalidade e os planetas diversos de origem dos seus membros, os heróis perderam seus greencards, neste momento estão em processo de extradição para a África. A direita estadunidense afirma que lá já não há nada para destruir, mesmo.

Salsicha, Scooby Doo e Garfield estão internados em um SPA, os três com obesidade mórbida, colesterol alto e severos outros problemas decorrentes de seus apetites insaciáveis.

A Felícia finalmente foi encarcerada devido à indubitável tortura que exercia em seus animais.

O Hulk foi oficialmente banido do mundo civilizado, dada a destruição por ele acarretada sempre que fica nervozinho. Porém, há um pesado lobby pedindo que ele volte. Desconfia-se que este lobby seja financiado pelas empreiteiras, que sempre lucram muito cada vez que o homem verde se estressa.

O já decrépito mestre Splinter - o rato mentor das tartarugas ninja - não resistiu aos muitos inseticidas despejados contra seus irmãos roedores, que calhavam por também afetá-lo e veio a falecer.  

O Surfista Prateado deu um tempo da Terra, pois segundo ele as ondas daqui não são nada perto de surfar nos anéis de Saturno.

Ciclope concorre arduamente com o Super-homem pelo título de herói mais mauricinho do universo. A disputa é acirrada e, se houvesse três ou mais concorrentes, fatalmente os dois iriam para o segundo turno.

O Coisa vive num zoológico. Não é das atrações mais visitadas, mas dá pra se suster (ele ganha royalties).

A Mulher-gavião casou com Falcão, vocalista do Rappa.

O Homem de Gelo se mudou para o pólo norte, está tentando conter o aquecimento global. Segundo os mais proeminentes cientistas, ainda não deu resultado.

O He-man resolveu tomar vergonha na cara e colocou uma bermuda por cima da cueca.

Os smurfs foram classificados como um tipo de inseto, parentes próximos das formigas.

Noturno dos x-men, voltou para o circo, mas agora se apresenta em dupla, junto com o Fera, o irmão que ele não teve.

O Flash quis disputar as provas de atletismo das olimpíadas sobre um pseudônimo, foi descoberto, perdeu a medalha conquistada, hoje é uma espécie de Ben Johnson dos heróis. Os jornais não escrevem, mas a boca miúda dizem que seu interesse não era a medalha, e sim os contratos da Nike que viriam a reboque, queria virar um Michael Jordan, um Tiger Woods do atletismo. Sabe-se que a generosidade desta empresa, se falta com os funcionários que fabricam seus calçados - a receber centavos de dólar por hora trabalhada nos grotões da Ásia -, é farta com seus patrocinados, a receber polpudos patrocínios. A média é ótima.

Thor abandonou o martelo, arma antiquada e em completo desuso, adquiriu um AR-15, eventualmente ajuda o Bope. Dizem que sonha em ser retratado no próximo filme Tropa de Elite, mas não acreditemos nisto, o povo fala demais.

Como se sabe, o Lanterna Verde é um ser qualquer que é escolhido pelo anel para defender o bem. Quando este soldado escolhido morre, o anel abandona seu corpo e vai a procura de outro. Pois bem, cansado de ser um mero joguete para o anel, seu portador, Hal Jordan, resolveu fazer exatamente o contrário, usar o anel em proveito próprio. Casou-se com uma milionária, e trocou o anel pela aliança. Só usa o referido para embevecer sua senhora, que tem fascinação por ser casada com um herói – as peruas socialites amigas da dita cuja morrem de inveja, e descontam esta raiva tendo relações extra-conjugais com ele.

Os Ursinhos Carinhosos se encontraram com os teletubs. Alguns pais mais reacionários insistem em dizer que ambos têm conotações homossexuais e proíbem os filhos pequenos de assistirem tais pornografias.

Gambit, rei da jogatina, estabeleceu-se definitivamente em Mônaco. De lá, diz que nunca sairá, mas não é verdade, na época das corridas de fórmula 1 ele sempre viaja – o diminuto país vira um inferno durante este evento, uma espécie de carnaval opulento europeu.

A Mulher-maravilha, cansada de tanto dar em cima de outros super-heróis e ser rejeitada, resolveu se entregar de vez a volúpia dos meros mortais. Virou mulher da vida, hoje dizem que já não cobra tanto quanto antes, a gravidade a afetou bastante.

O Motoqueiro-fantasma, exausto das fechadas de caminhões, dos buracos nas estradas, de taxistas, motoboys, IPVA's, licenciamentos, flanelinhas e pedágios, decidiu abandonar o asfalto e tornar-se o capitão-fantasma, comprou um barco e anda navegando pelos sete mares, não se sabe bem ao certo aonde.

O Apocalipse, dos x-men, deu um tempo com seus papos meio fascistas, de controle do mundo, domínio absoluto, autoridade universal, etc., etc., etc., virou pastor evangélico, hoje está numa cruzada pela salvação da alma dos infiéis. Tarefa árdua.

O Duende Verde encontrou seu lugar quando veio dar uma passadinha no carnaval do Rio de Janeiro. De imediato virou atração principal numa escola de Samba, a Estação Primeira de Mangueira, a famosa verde-e-rosa. O Duende nunca sentiu que algo pudesse ser construído de maneira tão perfeita para ele.

O Rei do Crime, cansado do submundo, resolveu assumir de vez a cafajestagem e se candidatou a um cargo no poder legislativo. Depois de mandatos como presidente de Assembléia Legislativa, resolveu deixar pra lá o parlamento, está indo ser ministro do Tribunal de Contas. Apesar das fartas provas, não se sabe bem porque, a imprensa não lhe faz uma denúncia sequer. Vai ver é o acaso agindo.

Magneto finalmente se internou num asilo. Anda muito revoltado, pois queria liderar os idosos com um papo de que eles eram os mais sábios e experientes, portanto, os mais novos deveriam se curvar perante suas maiores habilidades. Parte do seu exército dormia enquanto ele falava, parte não escutava, outra parte tentou marchar com ele, mas escleroses, hérnias de discos, bicos de papagaios, incontinências urinárias e afins impediram que a legião prosseguisse em sua marcha para a Vitória. Na verdade, Magneto e os seus não conseguiram sequer sair do seu bairro. E na dorida volta o Mestre do Magnetismo ouviu muitos desaforos.

O professor (¿de que, mesmo?) Charles Xavier – que fez implante de cabelo – eventualmente vem visitá-lo, conversam muito sobre o projeto genoma, remédios genéricos, perucas e Rita Cadillac.


O Pinky e o Cérebro, depois de tanto “tentar conquistar o mundo”, parece que conseguiram – dado que somos governados por ratos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Da serie constatações

Lula: aquém do que poderia ser e muito superior aos que o precederam.
A velha história do copo meio cheio e meio vazio.
A questão é por qual ótica se avalia.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Da serie constatações

Antigamente dizia-se que outro mundo era possível.
Prefiro dizer que outro mundo é necessário.

Day After no Planeta dos Macacos

É interessante a extensa quantidade de filmes com cenários pós-apocalípticos que surgiram nos últimos tempos, tais como Eu Sou a Lenda, Fim do mundo, Exterminador do Futuro 4, O livro de Eli e A estrada.
Talvez, pensando de maneira bem otimista, tenham como efeito uma clarificação para os teleguiados pelos senhores da guerra dos efeitos que um conflito bélico de grandes proporções traria para o mundo.
Se atingissem este objetivo, creio que estariam no fastígio daquilo que a arte pode prover.
Creio, porém, que no fim das contas é mais espetáculo do que conteúdo.
Uma lástima.
E um desperdício.