quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A Alegria

Podem falar o que quiser, George W. Bush é a alegria da esquerda mundial.

Nunca foi tão fácil ser contra a direita, o império e a beligerância.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

O Casamento

E olhando para o meu grande amigo Everton, na iminência de sua cerimônia de casamento, perguntei aos outros amigos que me rodeavam:
- Será este o fim ou o início?

O legado da minha miséria

Já quis ter muitos filhos, hoje já não quero nenhum.
Se eu o trouxesse para este mundo de merda que a gente vive, eu já poderia me considerar um péssimo pai.

Este é um dos motivos. Há outros, mais egoístas, mas deixa pra lá... vou fingir que é só por isto e vocês fingem que acreditam.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A César...


Sempre tive receio das imagens perto de textos. São tendenciosas, agregam uma importância que normalmente não possuem, podam a imaginação, enfim, tem mil efeitos perniciosos.
Por exemplo, sobre a poesia “Tão Mais Fácil”, a foto indica que houve o adeus, afinal, há a pegada de somente uma pessoa na praia.
Mas a letra não deu certeza disto...
Muitas vezes as fotos retiram os múltiplos entendimentos que as pessoas poderiam ter sobre as escrituras. Uma afronta à imaginação e um golpe no talento de um autor.

Afora isto, normalmente, como diria o poeta gaúcho, são “páginas em branco - fotos coloridas”.

Mil defeitos...

Porém...

Fica tão mais bonitinho, né?
Menos árido, por assim dizer.

De qualquer maneira, espero que não fiquemos restritos às fotos. Elas são bonitas, mas são somente complementos.
O crucial são as palavras.

Uma foto eu posso ficar sem.
Já uma idéia, um complemento, um pensamento interrompido onde diríamos, ou saberíamos àquilo que

A Origem das Espécies















Eu e meus companheiros, antes de iniciarmos as nossas atividades, todos os dias realizamos os Diálogos Diários de Segurança, Meio-ambiente e Saúde (DDSMS), uma espécie de bate-papo com assuntos diversos sobre os temas supra-citados, com vistas a conscientizar o grupo da importância de práticas saudáveis, tanto no trabalho quanto na vida diária.

Pois bem, hoje, um destes diálogos, ao tratar de relacionamentos interpessoais, teve como mote a dialética de Aristóteles.

Cá com meus botões, refleti sobre como mudamos. Imagine-se fazer este tipo de abordagem para um peão da década de 70? Se o interlocutor não levasse uma marretada poderia dar-se por satisfeito.
Julgo que muitos ainda hoje obstariam tal prática. Os que assim o fizerem, estão errados, pois eu e meus companheiros aprovamos plenamente a palestra.

Não obstante, ainda temos outros tipos de oposições. O anarquista Proudhon, por exemplo, afirmava que a ciência, para os escravos, era um veneno. O mesmo autor em palavras mais abundantes (retirado do blog Lista de livros), explica:

“Ocupar-se da educação dos pobres! Mas isso seria criar nessas almas degeneradas o mais atroz antagonismo. Seria inspirar-lhes idéias que lhes tornassem o trabalho insuportável, afeições incompatíveis com a grosseria de seu estado, prazeres cujo sentimento nelas se embotou. Se semelhante projeto pudesse dar certo, em vez de fazer do trabalhador um homem, dele se faria um demônio”.

E aqui fiquei, refletindo sobre a mudança de nossa sociedade. Sobre o conhecimento que os demoniozinhos já tem acerca da exploração a que são submetidos, a postura, a responsabilidade ambiental, a preocupação com o próximo, etc.
Donde cheguei a uma particular e feliz conclusão:

“Até o peão evolui”.

É realmente um avanço, afinal, a máxima que melhor nos definia (e continua tendo um tanto de verdade), era:

"O peão é a imagem do cão".

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Tão Mais Fácil


Estou sobre as pedras interpostas
Que surgiram em nossa estrada
Deixando-nos sem resposta
Como algo assim pode surgir do nada?

E era mais fácil não olhar para trás
Para se lembrar de verdade do que aconteceu
Vamos fingir que tudo era tão bom
Para suportar o passado que não se esqueceu

As lamúrias que ficaram
São os cimentos dos meus eus
Os pelegos jamais se levantaram
É tão mais fácil dar um adeus

As ondas que se erguem
Desabam sobre quem não merecia
Pesadelos que não se esquecem
Reavivados pelo dia-a-dia

Tudo o que sentimos intensamente
Na pior das hipóteses, nos aviva
Seria tão menor a nossa infelicidade
Se não criássemos tantas expectativas

Os fatos que me consomem
Não são só problema meu
Olho para o que eu me tornei
E é tão mais fácil dar um adeus

As línguas que me enrolaram
O fizeram sem imaginar
Que independente do que acontecer
Eu nunca irei me dobrar

Meu pensamento helicoidal
Vagando sob tudo que me permeia
Me afastou da menina normal
Que aos fatos importantes é alheia

Algum dia eu quis me guardar para alguém
E ao encontrá-la, diria: isto é seu
Não sei quais foram as falhas no caminho
Só sei que é tão mais fácil dar um adeus

Queria construir ao lado de uma mulher
A família que seria uma redoma
Mas parece que nunca é suficiente
Mulher que tão pouco oferece e tanto toma

Quantas vezes precisaremos ceder
Sem que isto seja reconhecido?
Quanta roupa suja iremos lavar?
E tudo permanecerá encardido

Já não conseguimos apagar
Tudo de ruim que aconteceu
Agora olho no fundo dos seus olhos
E é tão mais fácil dar um adeus

18/12/2007 – 21:16 – PRA-1

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Solidão Literária

Engraçadas são as coisas. Ninguém deve vir aqui neste blog, além de mim. Nem os outros escritores do próprio blog por aqui dão as caras (!).
Daí, com esta concepção, fico mais inclinado a discorrer sobre as efemérides que me acossam de maneira mais intensa. Empolgo-me. Por enquanto, mostro tristeza, mostro o sorriso, mostro alegria, mas eu mesmo, não.

Talvez caiba desabafar, jogar pus, porra, sangue, merda, lágrima, pra fora, mesmo...

Nem tudo convém ser mostrado, é evidente. Muitas vezes nem para nós mesmos. Mas já que to sozinho, é menos pior, né?

Porém, há uma incerteza que me inquieta.
Vai que tenho milhares de fãs silenciosos?

Ou pior: a quem eu dou mil toques complementando as idéias que posto aqui, demandando respostas que soçobrariam caso já tivesse lido estas linhas retas feitas no dorso inclinado da minha vida.
Mas não...
Tudo parece ser meio distante, alheio... nada de retorno. Ou de “feedback” como dizem os idiotas.
Ultimamente tenho pensado que é melhor assim. Maldita hora foi a que expressei descontentamento por esta desatenção. É um direito pleno. Onde eu estava com a cabeça? Agora lá vem o remorso, minha sombra incurável.

Voltando ao assunto: já não é hora de mostrar o que não se deve?

Os punhos estão renhidos, os dentes cerrados e o alvo está próximo.
Falta pouco.

domingo, 16 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

Vento, ventania

Por estas plagas, esta noite o vento chegou a incríveis 47 nós, ou seja, mais de 84 kM/h .
O pessoal antigo de bacia até comentou por aqui que isto não acontecia antes. Retrato das mudanças climáticas provocadas pelo homem.

Porém, o vento não me levou para as bordas do céu, daí não consegui puxar as barbas de Deus. Não conheci o lugar onde nasce a chuva, e onde o puto faz a curva. Não cavalguei nos seus desatinos (mas quase). Talvez não o fiz porque desatino por desatino já tenho os meus suficientemente.
Não vi revoadas, tampouco redemoinhos. Estive na expectativa que a revoada fosse feita por nós, ejaculados longe. Redemoinhos estavam para ser formados... pararam pouco antes.
O vento não carregou balões para o mar, posso dizer que ele traz pouca coisa pra cá, além de percepção de solidão e frio (soma perversa).
Não o vi enrolar pipas nos fios. Neste caso defendo-o, afinal, sem ele as pipas sequer alçariam vôo.
Não consegui mandar meus beijos pelo ar, feito o pastor Santiago.
Não fui aos quatro cantos do mundo, ainda caço feito um guepardo faminto os recantos obscuros dentro de mim, mesmo.
O vento abrandou, sim, o calor do sol. Até demais. Emaranhou os cabelos das parcas meninas que por aqui se encontram.
Não pude através dele, voltar. Mas eu chego lá.
Voltarei. Sempre remediado, sempre diferente de quando subi. Qual seria esta diferença?
Desço mais velho. Sinceramente mais velho.

Lirismo

Ouvindo a melodiosa voz da vocalista do The Cramberries, suponho que há algo a me ser dito que eu ainda não compreendo. Talvez não seja o momento, também. Vai saber.

Assim parecem ser algumas músicas. É preferível que não as entendamos, que ingressem em nossos ouvidos como se àquela mulher (que eu suponho doce e harmoniosa) estivesse dizendo tudo o que eu mereço ouvir, tanto de bom, quanto de ruim.
E ninguém ainda o fez.

Seria insincero omitir que eu não gostaria que a libra ficasse equilibrada nas melodiosas e suaves mensagens que deveriam ser-me repassadas.
Paciência.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Constatação e expectativas

Carece dizer que vivo um bom momento na vida. Certas coisas fluem, outras ainda não estão a contento, mas prossigo num caminho pouco escarpado, por assim dizer. Comparado a outros tempos, estou no céu.
Não sei... olhando para trás, dá para deduzir que estou naquele silêncio sinistro que antecede o paredão de água que está para desabar sobre nossa cabeça.
Olhando para frente, quero crer em outras coisas.
Quero crer.

Sobre os zumbis

... “eu não posso ser só mais um a acreditar que a vida é só acordar cedo, trabalhar e ir dormir com dor nas costas”.
... “o cara que não entende de política é um morto-vivo. Ele já está morto e não sabe”.
Mestre Tojeiro, num emocionado debate emocional-filosófico.

É assim que é.
Vai trabalhar a vida inteira ganhando um salário de merda e não terá a audácia, a disposição e a vontade para entender de política, saber o porque de ter de acordar tão cedo, trabalhar tanto, tomar esporro e ainda ganhar tão pouco.
Vai pensar a vida inteira que a culpa é do chefe.

São os zumbis. Os deliberados zumbis.

E piores serão aqueles que, ao tentarem compreender política, se informarão com o que há de mais funesto, sombrio e contrário aos interesses dos trabalhadores. Estes serão piores do que os mortos, pois, assombrarão os vivos com as suas falácias.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

No cravo e na ferradura

E foi dito por mim, em meio a prolíficas e lúgubres lágrimas:
- Desprezar o amor de alguém é um pecado que não tem perdão.

Compõe parte do inferno que carrego na cabeça e no peito.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Aforismo XVIII

Logo abaixo de Deus, está o tempo.
Que é, por assim dizer, no amplo espectro dos domínios divinos, o seu poder maior.