segunda-feira, 22 de junho de 2009

Racismo ao avesso

No ônibus para a rodoviária, já sem tempo para maiores obstruções, percebo que me falta a identidade.
Procuro-a insistentemente no caminho, mas não encontro. Não dá nem pra cogitar voltar em casa para buscá-la.

Chego para pegar o ônibus, crucial para que eu pudesse trabalhar no outro dia, já que era o último (23:29h) e apresento os outros documentos com foto que possuo ao motorista: crachá da empresa, do sindicato, do plano de saúde.
Ele reluta, mas acaba me deixando ingressar no ônibus.

No meio da viagem, tive a sincera impressão que se eu fosse negro e tivesse uma cara mais enfezada, eu não teria conseguido êxito.
Arrebatou-me uma vontade sincera que, se isto fosse realmente verdade, eu também tivesse sido barrado, não obstante as deletérias consequências profissionais.

Uma dúvida e uma certeza

Das muitas dúvidas que me assolam, vem uma certeza: voltaremos para de onde viemos.
Mas ainda resta saber de onde a gente veio e para onde a gente vai.

Uma verdade individual

Eu não gostaria de me ter como inimigo.

Do que não compreendo

Uma das coisas que mais me assolam em diálogos alheios é a empáfia com que muitas pessoas jactam-se de terem agido asperamente com outras, como se isto fosse sinal de firmeza, ou valentia, não sei dizer.
É comum, é constante, parece trivial.
A priori, poder-se-ia até pensar que somente os homens, na sua eterna necessidade de demonstrarem que são muito machos o fizessem. Mas não, muitas das “delicadas” mulheres também vêm se embrenhando nestes confins malditos.

Para mim, responder agressivamente aos outros é sinal claro de arrogância e imbecilidade.
Gabar-se disto, então, é um equívoco tal que sequer consigo selecionar epíteto para classificá-lo.

Da série “dúvidas que não querem calar”

¿Não seria o livro “A Sombra do Vento” a versão espanhola de “O Nome da Rosa”?

Terceiro lar

O primeiro lar é a nossa casa, seja ela onde for, item consensual.
O segundo lar é o nosso trabalho, ao menos é o que dizem.
Nesta linha de raciocínio, posso afirmar tranquilamente que meu terceiro lar é a BR-101, a infinita highway brasileira.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A Terra do Inexplicável

Eis que estou na Bahia, e vou ouvindo lentamente àquilo que parece ser um carro de som se aproximando. Quando passa por mim, qual não é o meu espanto ao saber que o carro na verdade era uma moto, e pior, ¡uma diminuta scooter!
Pouco tempo depois, vejo um motoboy brincando de dar cavalo de pau na areia. Com resultados previsíveis.

Não pude deixar de recordar uma constatação feita em outros tempos, quando trabalhava neste mesmo estado, e vi em muitas oportunidades, fazer um sol intenso e cair uma chuva pesada. Isto várias vezes. No mesmo dia.

A constatação: a Bahia é a Terra do Inexplicável.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Da série constatações

Pode ser considerado um mantra, um estilo, uma verdade universal, um resumo da minha vida, alguma coisa desta estirpe, o adágio que segue:
“Eu não vim ao mundo para mentir”.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Aforismo LII

A China de hoje está naquele estado da revolução dos bichos onde não há mais diferença entre porcos e homens.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Da série dúvidas

Um dia, quando já estávamos na beira do abismo, com disposição de seguir em frente, depois de muitas sombras e tormentos, ela falou:
- Você gosta de mim, mas também me odeia.
Eu neguei, é claro.
Depois, vi que ela tinha razão no que dissera.
E eu me pergunto: ¿Sempre tem que terminar assim?