quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mais da serie constatações

     Não há coisas que as pessoas façam mais, ou melhor, do que reclamar. Fosse este um esporte, todos ganhariam medalhas de ouro e bateriam recordes e mais recordes diários. Até porque o treino é constante.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Da serie constatações

     Muitas vezes pude ver, nos mais variados veículos de comunicação, a frase cabal da campanha de mídia do governo estadunidense para defender seus atos bélicos bestiais, alcunhada como guerra ao terror.
     Este título sempre  me espanta pela sua demasiada ironia, já que um dos momentos em que o terror ocorre de maneira mais intensa - senão a mais intensa de todas - é justamente durante a guerra.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Da serie constatações

     Podemos reconhecer facilmente quando contratamos um serviço e estamos na merda. Basta que:
- O mecânico diga que o problema é falta de lubrificação.
- O eletricista diga que o problema é mau contato.
- O médico nos diga que possuímos uma virose.

     Aí basta a gente sentar e chorar.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Da serie constatações

     Porque na verdade, para a saúde de um relacionamento, não interessam tanto as qualidades individuais de cada indivíduo, e sim as qualidades mútuas surgidas quando ambos estão unidos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Reminiscências

     Eu era criança (ou tinha mais aparência de sê-lo, já que tanto daquela época permaneceu). Não sei por qual motivo, houve uma discussão maternal e eu saíra de casa (mais tarde, por diversas vezes, viria a fazê-lo de modo mais intempestivo e duradouro). Sentei-me em uma esquina e a raiva infantil – aquela, tão inconsequente e sincera – transbordava de meus poros.
     Vem a mente que uma senhora passou com alguns membros de sua família (não consegui discernir quais, eu estava olhando para baixo e relembro-me cuidadosamente que não senti forças para levantar a cabeça e encará-los) e disse olha, que menino bonito. Naquele momento, com aquelas palavras cândidas sendo-me ditas em contraponto ao tumulto porque passava, pensei que, se tivesse de ir para sempre com aquela família, eu pelo menos teria uma riqueza para levar: meu relógio, que ostentava em meu esquálido braço. Era um pensamento infantil, evidentemente e, de fato, se havia alguma riqueza, não era o relógio. A riqueza poderia ser a pureza, poderia ser a vida inteira pela frente, poderia ser a sede interminável de aventuras, poderia ser a sensação de que os sonhos mais facilmente se realizariam. Perdi tudo pelo caminho – inclusive o relógio.

     Voltando ao olha, que menino bonito, relembro-me de outra oportunidade, ocorrida anos depois, em que, com uma tristeza obsedante sobre os ombros – oriunda de outra história torta que também ficou pelo caminho, mas não vem ao (a)caso –, fui tentar aliviar minha amargura tentando conquistar uma colega de escola. Além de aluna, ela era bolsista, atendente e, como não poderia deixar de ser dada a função que exercia, recebia diversas cantadas dos mancebos soltos (e dos comprometidos, claro) por aí. Fui bem convicto daquilo que desejava – a tristeza, incrivelmente, me deu forças – e ganhei o prêmio. Lá pelas tantas, esta menina me disse algo que me fez lembrar o olha, que menino bonito: disse-me que, se eu não era um Brad Pitt, ao menos dava pra passear comigo no shopping. Mais uma vez percebi que, além do relógio & otras cositas más, também havia perdido mais alguma coisa enquanto envelhecia.

     Dando sequência a esta história – já que vim até aqui, sigo em frente; como afirma o dito batido, se esta no inferno, abraça o capeta –, é que esta mesma menina, enquanto eu tentava trazê-la para meus domínios, disse-me algumas frases fortes, não conseguiria reproduzi-las fielmente (a cena do relógio, anterior a esta em mais de 15 anos, me vêm a mente com maior intensidade – provavelmente devido ao estado de ebulição em que me encontrava), mas ela disse de maneira bem vívida, bem enérgica, que se caso viéssemos a estar juntos, eu deveria ter muito cuidado, pois ela era uma pessoa muito especial. Se viesse a se entregar a mim, eu deveria compreender que tinha em mãos algo muito relevante, pois ela carregava algo de valiosíssimo dentro dela, e, eu deveria zelar por aquilo com extremo carinho. Era mais ou menos este o sentido das palavras, porém mais abundantes, e ditas de maneira extremamente grave, severa. Assustava, até. Fiquei inquieto, de certa maneira até pasmo com aquele discurso, proferido de um modo tão vigoroso, tão intenso.
     Porém, poucos dias depois – creio que se esquecendo que já havia me ditado àquilo – ela repetiu a fala, com a mesma intensidade, a mesma gravidade, as mesmas ameaças veladas. Ficou-me claro que era um discurso pronto, fechado, com vistas a enquadrar qualquer um que se aproximasse. A máscara rachou, as palavras me soaram vazias – posto que não espontâneas – e ela não serviu mais do que a distração suficiente para me livrar do que me obsedava. Logo se fechou o ciclo, creio que sem acarretar mágoas recíprocas, posto que eu, de maneira similar a ela, repeti um discurso então recorrente: não lhe prometo nada, não me comprometo a nada, vivamos um dia de cada vez, aproveitemos o bom desempenho dos corpos que nossa juventude nos provê.
     Com este enredo cínico – como não poderia deixar de ser – ela também ficou pelo caminho.


     E então os anos passaram, arrasadores.
     Olho para aquela mesma criança, já sem a inocência e sem o relógio, cabelos brancos surgentes e rugas nos cantos dos olhos, tragédias acumuladas sobre a cabeça e sobre o coração (e, fatalmente, as que se aproximaram demasiadamente também não saíram incólumes – há que se dividir tudo, especialmente o que machuca).
     Muita coisa passou, mas muita coisa ficou.
     Ficaram os sonhos da adolescência – que torturam, tanto por não serem executados, quanto por não serem esquecidos. Ficaram as cicatrizes e as mágoas, as boas lembranças e as risadas, as insônias e os remédios, a solidão dos vômitos em banheiros sujos, os gozos, as tragédias e os desencantos. O reconhecimento no espelho de suas próprias limitações, seus desvios e incorreções, seus traumas e esperanças – muita coisa decorrente dos feitos daquela época em que ainda possuía àquele relógio.
     Tudo acumulado, querendo ora explodir pela sua boca, ora implodi-lo te devorando por dentro.

     Já que (também) perdi o relógio, ¿é hora do que, agora?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O tempero (Sazon às avessas)

     Há quem diga que as comidas dos restaurantes não possuem tanto sabor quanto a de casa, são mais “artificiais”, porque elas não são feitas com amor, como a comida caseira.
     Bem, não sei o que desta ideia é verdade, mas se tal raciocínio é correto, e o amor é o que provê o sabor a comida, posso tranquilamente inferir que a comida do meu serviço é temperada com ódio.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Lanterna (verde) na popa

     Em diálogo com Sérgio Ricardo, depois de trocarmos diversos "elogios" sobre a instituição, este afirma que as ideias das forças armadas normalmente possuem um atraso com relação à época que se vive de mais ou menos 30 anos. Hoje, portanto, os militares ainda estão com o rescaldo da guerra fria na cabeça.
     Convergimos que com relação às igrejas a coisa é diferente: há uns 500 anos de delay. Pelo menos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Da serie dúvidas que não querem calar

     Afinal de contas: ¿Pra que servem as Guianas e o Suriname?
     A resposta esta na ponta da língua, ¿não?

Aforismo CIII

     Todo equipamento apodrece quando não utilizado – e isto também vale para a bomba que esta dentro do nosso peito.

Da serie constatações

     Antigamente dizia-se que “o show não pode parar”. Dentro do sistema que vivemos, podemos afirmar que o conceito mudou inexoravelmente. A nova máxima é “o lucro não pode parar”.
     Custe o que custar.

Aforismo CII

     O mundo parece outro depois de um bom banho.

O direito de saber (não é um editorial truanesco)

     Em um momento temos o insuperável problema da superpopulação no planeta e suas nefastas consequências: ausência de infra-estrutura adequada (saneamento básico, habitação e eletricidade, por exemplo) para atender toda a crescente população, serviços sociais mínimos (saúde, educação, segurança, transporte, lazer, etc.) também inadequados frente à nova demanda; escassez (e contaminação) de recursos naturais, migrações desordenadas, desemprego (com o inevitável aumento da tecnologia e proporcional redução de empregados), poluição, etc.
     Enfim, o caos.
     Todos estes fatores somados, cada um com sua pitada de contribuição, contribuirão para o aumento das guerras, da fome, do aquecimento global – aliás, para o aumento de toda sorte de impactos ambientais, etc.
     O apocalipse, em outros termos.

     Do outro lado, de maneira no mínimo irônica, vemos concomitantemente a discussão sobre o envelhecimento da população e seus deletérios efeitos sobre as economias dos países.
     Se hoje a economia já vai mal das pernas, que dirá com um aumento da quantidade de aposentados, com seus múltiplos efeitos negativos: aumento dos gastos de saúde do governo, redução da população economicamente ativa (aquela que gera renda, que produz); aumento dos gastos com aposentadorias, dentre outros.
     Podemos prever facilmente graves problemas econômicos decorrentes desta conta que não fecha.

     Em última instância, o caos econômico se instalará e, enquanto o problema da superpopulação geraria uma degradação ambiental insustentável (de maneira apenas mais rápida, claro, posto que dentro do sistema capitalista tal destino é inevitável), já o envelhecimento da população produziria uma degradação econômica insustentável.

     Porém, os senhores do mundo precisam definir: ¿que mal nos sucederá, afinal de contas?
     Um é antagônico ao outro, “apenas” um poderá desabar implacavelmente sobre nossas cabeças: ou seremos demais, ou demasiado velhinhos.
     Se vamos como vamos, julgo ser minimamente justo que digam logo com qual apocalipse haveremos de arrostar.
     Ao menos nos esforçaremos para tentar mitigar seus efeitos – jamais para resolver os problemas, claro. Somos humanos.

domingo, 11 de setembro de 2011

Aforismo CI

Triste é saber que puxamos de nossos pais até aquilo de que não gostamos neles.

Aforismo C

     Eu queria dirigir tão bem quando os taxistas pensam que dirigem.

Da serie dúvidas que não querem calar

¿Por que tanta arrogância, se somos só carne, ossos e (talvez) alma?

Aforismo XCIX

     Chato é quando te oferecem uma bela sobremesa logo depois de você ter escovado os dentes.

Da serie constatações

     No fim das contas, nunca vale a pena tentar compreender, explicar ou defender a existência de um ser criador.
     Porque a única maneira de ter certeza da Sua existência é sentindo, e não falando.

Antes de atirar minha TV pela janela eu ouvi o que ela dizia

     Um jeito célere de descobrir se um programa televisivo presta ou não, é se ele passa propagandas não só durante os intervalos, mas também durante o próprio programa.
     Se passar... pode mudar de canal, sem pena.

Aforismo XCVIII

     E na grande casa de jogos há sempre um grande ganhador: o dono do cassino.

Da serie constatações

     Segundo as escrituras, o próprio Jesus Cristo no momento derradeiro de sua vida questionou aterrorizadamente o Pai Celestial:
- Pai, por que me abandonaste?!
     Tal frase possui, como toda a bíblia, múltiplas interpretações.
     Porém, o impressionante é que, por um lado, o próprio Jesus teve dúvida acerca do divino que o rodeava. E, por outro lado, uma urbe enorme de tresloucados tenha tanta certeza, tanto a dizer e tanto a ensinar sobre religião. Eles não têm dúvida nenhuma. Sabem de tudo, o tempo todo. Possuem todas as perguntas e todas as respostas, como nem mesmo Jesus possuía, segundo suas próprias palavras.
     Porém, como é bem pouco provável que neste caso os discípulos tenham superado (e muito) o mestre (!), ¿estamos ouvindo que tipo de verdades?
     Fica o questionamento. Mas fiquem tranquilos. Também para isso, como para qualquer coisa que seja, eles possuem resposta.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sinal dos tempos

     Ao ingressar nos elevadores, sempre observo que há uma média de peso dedicada a destacar a capacidade máxima de carga/número de pessoas suportada pelo equipamento. Por exemplo: capacidade máxima: 10 pessoas ou 700 kg.
     O que me espanta, é que normalmente a carga total é calculada como se as pessoas tivessem um peso mediano de 70 ou 75 kg. Porém, nestes tempos malucos em que vivemos, com o elevado nível de stress, ausência de atividades físicas, comidas altamente calóricas, etc., quando a gente ingressa no elevador com outras pessoas, percebemos que, normalmente, a carga tem ultrapassado este peso de referência.
     Há, então, de se reavaliar esta média de peso das pessoas nas placas dos elevadores – ou, nós, os nossos nada saudáveis hábitos.
     A primeira opção vai acabar cedendo, infelizmente.

Autonomia no BC

     Sou um defensor intransigente da autonomia do Banco Central.
     Defendo convictamente a autonomia do BC em relação aos interesses (espúrios, por concepção) do mercado financeiro. E defendo a subserviência plena do BC aos interesses da nação – manifestados, na escolha de seus diretores, por quem tem legitimidade para escolhê-los.
     Em outros termos, que seja facultada a escolha dos diretores do BC a quem foi eleito através do voto livre.
     Isto é autonomia íntegra e subserviência justa.

Desfile militar

     Já não nutro simpatia pelas forças armadas (devido à sua insistência em formar seres desumanos e fascistas), porém, os desfiles militares, de fato, são momentos memoráveis. Memoráveis pelo ridículo, pela baixeza, pela jactância do desprezível, pela inutilidade.






 
     De fato, nada melhor do que uma exposição nítida para elucidar o burlesco das coisas.


     Complemento minha afirmação com Einstein:



     A pior das instituições gregárias se intitula exército. Eu o odeio. Se um homem puder sentir qualquer prazer em desfilar aos sons de uma banda militar, eu desprezo este homem... Não merece um cérebro humano, já que a medula espinhal o satisfaz. Deveríamos fazer desaparecer o mais depressa possível este câncer da civilização. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferiria deixar-me assassinar a participar desta ignomínia. 
     No entanto, creio profundamente na humanidade. Sei que este câncer de há muito deveria ter sido extirpado. Mas o bom senso dos homens é sistematicamente corrompido. E os culpados são: escola, imprensa, mundo dos negócios, mundo político.



     Mais é desnecessário dizer.

As tais crises

     É incrível a constância que observo as pessoas dizerem que tal coisa esta em crise, o governo esta em crise, os mercados estão em crise, a geração de empregos esta em crise, a educação, a saúde e a segurança estão em crise, os bancos estão em crise, ops, perdão, estas (abençoadas) instituições nunca entram em crise, e se algum dia entrarem, os governos logo as socorrem.
     Voltando ao assunto, descartando o sentido psicológico ou biológico, levando em conta apenas os aspectos políticos e econômicos do termo, tudo constantemente esta em crise.
     A atual crise econômica, por exemplo. Alguns dizem que é uma crise em “W”. Uma queda abrupta, seguida de uma leve recuperação econômica, para novamente descermos a montanha russa. Quem sabe, no fim das contas, a redenção econômica.
     Para inexoravelmente, mais adiante, atravessarmos uma nova crise, é claro, como bem previa Marx descrevendo o ciclo sem fim do capitalismo – claro, este é o ciclo sem fim do capitalismo, não que o capitalismo seja o fim de nosso ciclo, pode (e precisa) ser diferente.


     Nós, brasileiros, somos quase P.h.d.’s no assunto crise. Era a crise da inflação – que durou décadas, a crise da abertura dos mercados, as crises econômicas oriundas das medidas neoliberais, as diversas crises políticas (só o congresso tem um rol que daria uma lista telefônica), as crises por corrupção, etc.



     O que me espanta é que, em minha singela concepção, a palavra crise denotaria uma alteração momentânea, talvez súbita, que levasse determinado elemento específico a uma condição drástica, pior do que o normal. Porém, se sempre e sempre e sempre estamos no meio de uma crise, pulando de uma para outra, podemos dizer que essas dificuldades, quaisquer que sejam, não implicam numa crise.

     Crise é quando se vive algo extemporâneo, momentaneamente diferente.
     Em nossos atribulados dias, podemos dizer, por inferência, que estamos em crise quando não há nenhum grave problema nos acometendo. Como naquelas luas-de-mel de inícios de (primeiro) mandato. Excetuando esses raros momentos, ademais é o caos, e não crise. Tudo (que fizeram ser) normal.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

I want you

     Poucas vezes na história um mísero desenho pôde resumir um país: arrogância, belicismo, autoritarismo, e muita coisa mais.
     E eles ainda se gabam deste símbolo (!).
     Tá tudo aí, pra quem (ainda) quiser ver.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Depois da curva

     Triste mesmo é saber que sob a égide do sistema capitalista, se a partir de hoje o Brasil fizesse tudo, absolutamente tudo certo enquanto país, todos os direcionamentos corretos enquanto Estado, todas as escolhas certas enquanto nação, daqui a uns 50 anos, estaremos nos destroçando com crises como as que ocorrem agora na Europa e nos Estados Unidos.
     Que perspectiva.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

¿O que há num simples nome?

     Creio ser um dos maiores embustes do reino animal chamarem aquele calango gigante da ilha de Komodo como Dragão de Komodo.
     Já não bastasse a parvoíce de alcunharem um animal que em nada rememora o monstro mitológico, ainda vinculam seu nome ao seu lugar de origem, Komodo – que é uma especie de sobrenome do bicho.
     Talvez rememorando a antiga tradição (¿não seria “antiga tradição” um pleonasmo?) de chamarem as pessoas do mesmo modo, como Jesus de Nazaré ou Saulo de Tarso, que também possuíam como “sobrenome” seus locais de origem
     Mantida a tradição, meu nome seria Doney do Espírito Santo.
     Por motivos diversos, não se enquadraria muito bem.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Da serie perguntas que não querem calar

     ¿Existe ou existiu algum grande líder da história que não seja (fosse) arrogante?
     ¿É a modéstia atributo antagônico àquela confiança, àquela verve e energia necessárias ao exercício da liderança?

terça-feira, 14 de junho de 2011

O Alienista na terra de loucos

     Há quem diga que a razão também é um tipo de loucura, porém, uma loucura bastante comum, portanto, não é mal vista na sociedade. Não sei se isto é verdade, mais me parece um gracejo diletante, porém, o fato é que uma pessoa dita normal, num hospício, há de não resistir ao ambiente maléfico e ficar doido também.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Da serie dúvidas que não querem calar

     Sempre falam do tal poder da intuição feminina, e ainda mais da intuição de mãe, aquele suposto comichão, a sensação estranha que a mãe sente – mesmo a distância – quando algo de errado aconteceu com o filho.
     Porém, se a tal intuição de mãe é assim tão forte, ¿onde ela estava nos inúmeros casos em que seus próprios bebês foram trocados na maternidade?

Nenhuma resposta pode conter tanto desprezo

     Inúmeras vezes na vida reclamaram que eu tinha resposta pra tudo.
     Então, quando me lançam tal invectiva, só pra contrariar eu fico em silêncio.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ilusão de ótica

     Pra quem acompanha os X-men, é fato que a depender da ótica pela qual se avalia as coisas, Magneto pode ser considerado tanto um vilão quanto um herói.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O início, o fim e o meio

     Em política externa, as coisas rodam, rodam, rodam, vão pra lá, vem pra cá, mas no fim das contas, quase tudo tem o mesmo objetivo: a disputa por energia farta e barata para que cada país possa promover o seu desenvolvimento.
     Em outros termos: petróleo.

domingo, 29 de maio de 2011

Da serie constatações

     Com certeza os maiores pecados do mundo, tanto em gravidade quanto em constância, não são oriundos da maldade - esta coisa supostamente abstrata e pura, com a qual ninguém se sente identificado -, mas sim, da omissão.
     É aquele velho olhar para o lado, o não se sentir responsável, não se sentir culpado por aquilo que o rodeia – mesmo que tais problemas não sejam vinculados diretamente à sua pessoa, mas problemas dos quais você não pode escapar, sendo um ser humano. Quase tudo, também é problema seu.
     Se não nos abstivéssemos, se não recusássemos a enfrentar àquilo que sabemos não ser correto, se não negligenciássemos tudo que é errado e que não esta diretamente relacionado a nós, perdendo unicamente este mau hábito da omissão, talvez o mundo ainda fosse a merda que é, mas com certeza seria – no mínimo – menos fétido.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Aforismo XCVI

     Antonio Palocci é uma especie de Midas ao avesso. Tudo que toca...

Mapas do anti-tesouro

Uma das antinomias mais fundamentais de nosso tempo é que a maioria das pessoas leva a vida de maneira a não pensar sobre a própria vida. Não pensamos no porquê de sermos submetidos a tudo que estamos passando, a todas as mazelas diárias que nos recaem sobre os ombros, sobre como chegamos aqui, e o que deveríamos fazer para abandonar este lastimável estado. Ou, quando muito, somos motivados somente a pensamentos frugais, insípidos e inconsequentes sobre nossos problemas. Quiçá seja por problemas políticos, tais como: a pobreza, o sistema educacional público, a violência, o trânsito, os governos, a concentração de poder econômico, político, ou militar; o trabalho, os impostos, a sustentabilidade socioambiental, a real participação - e condução - por parte do povo de seus interesses (ao que se chama democracia), os movimentos sociais, as moradias, a eficiência e justiça do sistema judiciário, etc. Ou a problemas mais pessoais: amizade, distância, respeito, amores e os falsos amores, Deus & religiões, família, esperança, destino, resiliência, etc. Sempre somos condicionados a refletir de maneira obliterada, não dando o passo seguinte para chegarmos ao cerne do que nos estorva.
Àqueles que pensam, àqueles que ainda se dedicam a gastar seu tempo e humor com estes problemas, acabam, na maioria das vezes, divagando sobre o evanescente da questão. Pegue-se o exemplo dos impostos. Claro, todo mundo reclama que paga muito, eu também não estou feliz com tal situação. Porém, é uma reclamação em si mesma inócua: há de se dar o salto seguinte e ver para onde a grande soma de impostos arrecadados esta sendo direcionada – porque, obviamente, é este grande gasto que gera a necessidade de uma grande arrecadação. Podemos ficar com o discurso (condicionado e) burro de que nossos impostos vão para a corrupção. Ela evidentemente existe, mas não é responsável por tamanha arrecadação.
O problema dos impostos tem principalmente duas fontes. A primeira é o “carinhoso” atendimento aos rentistas, que consomem com os juros da dívida pública 1/3 da arrecadação do governo. Isto para sequer conseguir pagar os juros da dívida. Aí, não há impostos que bastem, se 1/3 deles não pagam sequer os juros de um único gasto.
A segunda fonte de escoamento de nosso suado dinheiro através dos impostos se dá através da malversação dos recursos, no desperdício, na indolência. Por exemplo, àqueles mil funcionários públicos existentes numa universidade onde necessitariam quinhentos. ¿Metade deles deveria ser despedida? Não, deveria atender outro campus de mesmas proporções, atendendo o dobro dos alunos atuais. Trabalho há, necessidades há, há muito que construir, que obrar – é só aplicar onde se necessita.
¿Por que, poderia se perguntar, estes dois assuntos não são resolvidos? ¿Por que a imprensa, os atores sociais, os governos não conseguem resolver estas insistentes pendências?
Por um lado, não resolvem porque dá muito trabalho verificar em qual local a dedicação no trabalho dos funcionários públicos é correta e exemplar – e várias vezes, a despeito de todo esforço, ainda não conseguem dar cabo do trabalho que lhes é atribuído devido às precárias condições a que são submetidas – daquele outro grupo infeliz que não cumpre com suas responsabilidades. Dá trabalho diferenciar o joio do trigo, então, jogam todos no mesmo balaio.
Por outro lado, os juros e os gastos com a dívida não são o que deveriam, porque quem de fato manda no país é uma plutocracia rentista que não deixa seus interesses serem obstados com a atual correlação de forças da sociedade brasileira – sendo grande parte da imprensa o braço mais extenso e nocivo desta elite maldita.

Pois bem, mas não era sobre os temas nefastos, nem sobre as causas falsas e as reais de nossos problemas que eu gostaria de debater neste escrito.

Como são muitos os interesses, muita lama para todo lado, muitas discussões, muitas acusações e pouco progresso, o que calha é que a maioria das pessoas simplesmente ignora tudo, e deixa de pensar nos principais temas que grassam na sociedade.
Vão pensar em pagar a conta do fim do mês, como conseguirão mudar de carro, se conseguirão mudar para um bairro melhor, se conseguirão aquele emprego ou a sonhada promoção, se conseguirão passar no vestibular, etc., sem pensar no que de fato importa, sem pensar em como chegamos todos neste estado deplorável que estamos. As pessoas vão tentando resolver sozinhas problemas que são coletivos. Todos querem “subir na vida”, mas conforme as coisas se dão hoje, esta conta não bate.
Afora o fato de o planeta não resistir que todos consumam muito – então a solução seria, pra começo de conversa, que os que mais consomem reduzissem seus desperdícios, de modo que os paupérrimos pudessem elevar seu nível de conforto, gerando uma média adequada, sem destruir de vez a natureza. Mas não, vamos todos à guerra (cada um do seu jeito), querendo mais e mais.
E, mesmo dentro deste conceito de querer mais, ¿como todo mundo vai subir, se a ponta da pirâmide é estrita? Nem todos conseguirão se “dar bem”, se quem esta no topo mutila – com uma katana mais do que afiada – as cabeças dos que desejam tirar dos abastados o quinhão que é de direito dos mais humildes e, se quem esta embaixo, ao invés de cumprir com sua responsabilidade, ao invés de tocar fogo, de implodir este Titanic apodrecido, ao contrário, só faz de tudo é para sentar na primeira classe dele... De fato, estamos perdidos.
E o navio continua afundando.


Mudando radicalmente a visão sobre o mesmo assunto, abandonando momentaneamente o materialismo, podemos também observar que esta busca, praticamente qualquer busca que as pessoas fazem, é fundamentada em valores equivocados.
¿Quais são estas buscas? Infelizmente, os valores de fato estão presentes no núcleo da vida das pessoas. Mas os valores monetários.
Eu tenho que estudar, eu tenho que trabalhar, me portar de certo modo, suprimir o que sinto, repreender quem expressa o que pensa, enfim, praticamente deixar de ser humano e passar a ser um autômato. ¿E pra que isto tudo? No fim das contas, tudo pra ganhar dinheiro.
Estudar para ter o melhor emprego – não para crescer como pessoa, aprender sobre o que nos rodeia, aprender a dizer não e dizer sim, a olhar para o lado, aprender a querer aprender.
Trabalhar para sustentar você e os seus da maneira mais luxuosa e suntuosa que consiga (a começar pelo carro) – e não ter um trabalho que te realize, não para deixar uma obra aqui na terra que faça sua vida ter valido a pena.
Portar-se de certo modo, porque é isso o que as pessoas esperam de você (a começar pelos próprios familiares e amigos) – qualquer coisa que puxe para o outro lado pode pegar mal para sua vida, pode ser mal avaliado, mal quisto, mal interpretado, etc., e isto pode trazer consequências danosas para seu futuro.
Suprimir o que sente, repreender quem diz o que pensa – se eu tenho é que ganhar dinheiro para poder ter coisas, consumir, comprar, gastar, é evidente que eu não poderei buscar prioritariamente a minha satisfação nos meus relacionamentos, terei de buscar o dinheiro para chegar a tal satisfação – e as relações, todas elas, até mesmo um casamento, acabam se tornando relações burguesas. Afinal de contas, ¿quem, dentre outros fatores, não considera a condição financeira do parceiro que vai escolher para toda a vida? Avaliemos com isenção: ¿Tem cabimento uma coisa dessas? Nós considerarmos de maneira significativa para nossa felicidade não só o amor, o carinho, a dedicação, o respeito, a entrega, o apoio, mas, como um dos itens mais significativos, a condição financeira que aquele parceiro pode nos proporcionar. ¿Não é uma especie de prostituição?

Sem analisar refletidamente, apenas seguindo de maneira burra, aleatória, feito um porco que caminha olhando para o chão, sem parar pra pensar, as pessoas vão construindo suas vidas com um foco bastante obtuso: não é a sua própria felicidade que buscam, mas a arrecadação de dinheiro – que lhe acarretaria a almejada felicidade.
Não escrevo para deplorar o desejo de se ter mais conforto. O que ocorre é que, não temos aquilo que merecemos ter porque há uma porra de uma elite daninha levando nosso pedaço do bolo, deixando-nos ingratas migalhas. E, por outro lado, não somos tão felizes quanto podemos porque buscamos somente o dinheiro, e não a felicidade em si. Não atingimos nem uma coisa, nem outra.
Não é à toa que as pessoas estão sempre correndo atrás de algo, nunca satisfeitas, nunca em paz, nunca as coisas que possuem são suficientes. E, pasmem, a felicidade, que deveria ser o objetivo de uma vida, nunca é alcançada, pois não há descanso.
Um exemplo que posso citar é aquela pessoa que se priva intensamente para juntar dinheiro e comprar um belo carro novo. Porém, assim que ela saiu da concessionária, esta pessoa na verdade já tem um carro usado. E então, menos de um ano depois já esta querendo outro, mais moderno, mais potente, mais bonito. E esta angústia do ter, esta necessidade de sua vaidade ser preenchida de alguma forma material não se sacia nunca, posto que sempre há algo melhor a ser adquirido. Como bem li certa vez, novidade é aquilo que não envelhece, como a beleza de uma montanha ou de um pôr-do-sol.
Outro exemplo é o daquela pessoa que trabalha o ano inteiro, engolindo todos os sapos possíveis, esporros, cobranças, falatório, concorrência desleal de seus pares – que atravessam, pasmem, os mesmos problemas, e ao invés de se unirem, atacam-se mutuamente –, se esforça de segunda à sexta feito uma mula, ainda demorando a chegar em casa por causa – afora a extensa carga horária do trabalho – de um trânsito desgraçado, e, ¿o que faz com todo seu suado recurso que conseguiu juntar? Compra um carro - pra ficar praguejando deste mesmo trânsito - ou faz uma viagem ao exterior que dura cinco dias.
Tudo que fez, tanto tempo desperdiçado, tanto esforço, tanta entrega, tanta raiva passada, para que se consiga – de fato – viver apenas durante cinco dias em um ano inteiro.
¿É triste, não?

Então posso perguntar: ¿este caos em que estamos é uma causa da falta do pensar, ou uma consequência? ¿Como poderíamos nos livrar destas âncoras que nos afundam? ¿A quem pedir socorro, se os céus respondem com seu inexorável mutismo? Não sei, não tenho estas e tantas outras respostas, o que apenas realmente consigo fazer é observar o que me rodeia, olhar sem fechar os olhos, sem me omitir, sem me perverter, sem deixar de tentar fazer aquilo que julgo – dentro de minhas severas limitações – correto. Sei que penso um tanto, e da minha parte digo que dói bastante.

Há muitos buracos no casco e apodrecimento das estruturas do barco em que vamos indo. Há muitas âncoras e poucas velas. Não vejo bóias ou colete salva-vidas. E a água que entra pelo Titanic já ultrapassou meu nariz faz tempo.

Da serie constatações

Jamais colocaria o nome de meu filho de alguma coisa “Júnior”.
¿Por quê? Porque o Júnior cresce, e aí este nome de criança fica ridículo num marmanjo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Aforismo XCV

Passar filtro solar na careca deve ser uma atividade meio deprimente, ¿né?

Da serie constatações

Dizem que o senhor José Serra vai voltar a ser candidato em 2012.
Engraçado, ¿não é neste ano que os maias afirmam que começará o fim do mundo?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A banda

Algumas letras do Roger Waters, algumas do Bob Dylan e algumas (¿por que não?) do Neil Young.
Na defesa do grupo, no contrabaixo, poderiam ser vários, mas voluntariosamente eu escalaria o Humberto Gessinger.
Atacando pelos flancos com as guitarras David Gilmour e Eddie Van Halen.
Na batera, o polvo Neil Peart (Rush).
No vocal com sua presença de palco absoluta, Bruce Springsteen.

¿Já basta, né?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Cansado de certa ausência

Relembro alguns versos da música Conexão Amazônica, da saudosa Legião Urbana:

Estou cansado de ouvir falar
Em Freud, Jung, Engels, Marx
Intrigas intelectuais
Rodando em mesa de bar

Imagino que este “cansaço” que o Renato Russo dizia possuir fosse derivado da precariedade intelectual daqueles que, apenas por vaidade, por pura pose, vomitam o conhecimento que não tem sobre temas bastante amplos e complexos. De fato é horrível ouvir quem não entende um assunto mais refinado se arvorar deste como se fosse o próprio Papa falando da bíblia – acabamos por desgostar do assunto tratado, mesmo quando este é interessante ou extremamente relevante.
Penso isto, pois, justamente por não ter concatenado todas as ideias e ter muito a aprender com estes referidos autores, digo que não estou cansado, muito ao contrário, estou sedento por ouvir falar em Freud, Jung, Engels, Marx, e todos os demais escritores desta estirpe (Darwin, Saramago, Chomsky, Hegel, etc.).
Estou cansado é de auto-ajuda, duplas sertanejas, Ivete Sangalo e afins.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Um pedido

Se num futuro muito distante, por qualquer motivação eu pleitear o ingresso na Academia Brasileira de Letras, por favor, dêem-me um tiro na cabeça.

P.S: Pode ser pelas costas. Terei feito por onde.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O desperdício dos pobres

Todo, absolutamente todo dinheiro gasto com proteção, com defesa, ou seja, o dinheiro gasto com polícias e suas forças especiais, forças armadas, serviços secretos, etc., tudo isto é o mais puro, o mais absoluto desperdício. Desperdício de vida (armas são feitas para serem utilizadas), desperdício de esforço, de tempo, de inteligência, de mão-de-obra, de tudo.
Ao contrário do que alguns pensam – especialmente no que tange a tecnologia – a humanidade seria muito mais evoluída, todos nós teríamos avançado muito mais, se tivéssemos empregado nossos recursos em amparar os desvalidos, em construir, em dinamizar a economia, em empreender, em nos ajudar de maneira mais inteligente do que desperdiçá-los para destruir e/ou matar os outros.
Rememoro o personagem O cobrador, de Rubem Fonseca:

Todos eles estão me devendo muito.
Estão me devendo comida, buceta, cobertor, sapato, casa, automóvel, relógio, dentes, estão me devendo.
Tão me devendo colégio, namorada, aparelho de som, respeito, sanduíche de mortadela no botequim da rua Vieira Fazenda, sorvete, bola de futebol, (...) xarope, meia, cinema, filé mignon.

Eu também concordo que estão nos devendo muito. Estão nos devendo respeito, solidariedade, companheirismo, trabalho digno, carinho, equidade, justiça, educação, exemplo, coerência, paz, e muitas outras coisas. Nem digo que estão nos devendo amor, porque seria esperar demasiado. Somente respeito já bastaria. Porém, especialmente isto nos devem.
E nós, pobres de tudo isto e de tanta coisa mais, vamos desperdiçando nossos limitados recursos com àquilo que só pode atingir exatamente o contrário do aqui descrito: com a destruição.
Sempre que observo um formigueiro, penso em quão estúpidos nós seres humanos estamos sendo, pois, com toda nossa capacidade, não conseguimos adquirir a capacidade contributiva para a nossa sociedade que um inseto consegue pra sua.
A justificativa para todo este gasto militar, claro, é que é para nos defender. Sartre dizia que a violência sempre se faz passar como uma resposta à violência alheia.
Nossa sociedade é condicionada para a violência porque somos focados no ter, no comprar, no consumir. Outro não é o motivo de vivermos tolhidos em nossa liberdade, com medo de sairmos em tal horário, medo de passarmos em tal lugar, medo, medo e medo – a despeito de tanto e tanto gasto.
Para que fique claro em que nível de imbecilidade nós estamos, o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla inglesa), nos informa que somente no ano passado (sem contar as polícias e serviços secretos), as forças armadas do paupérrimo continente que é a África desperdiçaram 30 bilhões de dólares, as da Oceania 5,7 bilhões de dólares, as da América Latina (que foi a que teve o maior aumento real de gasto, de 5,8%) 63,3 bilhões de dólares, as da Ásia 317 bilhões de dólares, as da Europa 382 bilhões de dólares, as da América do Norte 721 bilhões de dólares.
No total, a humanidade desperdiçou um trilhão e seiscentos bilhões de dólares. Isto somente em um ano. Isto de um gasto que tem apresentado crescimento real nos últimos anos.
Pra que?
Pra nada.
E por quererem tudo.
¿É ou não é uma lástima?

Bullying

Agora é moda falar do tal do bullying – esta palavra bizarra que eu tive de procurar no Google pra saber como se escreve. Mas a verdade é que quase toda piada é um bullying. Quiçá sobre loiras, carecas, gordos, dentuços, homens, mulheres, viados, argentinos, cearenses, gaúchos, cariocas, de torcedores dos mais diversos times, etc.
Claro que não defendo a prática do assédio, que é nefasta quando feita de maneira sistemática – e pode, sim, se feito desta maneira acarretar consequências graves. Porém, o que ocorre é que, do jeito que estão falando do tal bullying, todo mundo já o sofreu, pois todo mundo já foi provocado e todo mundo provocou também – normalmente, aqueles que não implicam com os outros só não o fazem por não terem imaginação para tanto, e não por acharem equivocado.
E nem por terem implicado conosco saímos por aí cometendo insanidades atrozes.

E esta história do bullying é apenas um dos exemplos da babaquice que esta grassando em outras áreas da sociedade. Um exemplo clássico: quem lida com educação infantil sabe que hoje uma professora é orientada a não corrigir os erros dos alunos com caneta vermelha, porque isto pode gerar problemas psicológicos nas crianças (!). Tenho certeza que uma pessoa que tivesse sido corrigida a vida inteira apenas com caneta vermelha, ainda assim, não teria a capacidade mental abalada o suficiente para ter uma ideia estapafúrdia dessas. Quem inventou isto possui problemas mentais decorrentes de outra origem, sabe-se lá qual.

Bem, detesto os e-mails moralistas que circulam pela net pregando que hoje tudo é mole e antigamente é que era correto. Não era, em diversas áreas a condição humana progrediu muito. O próprio caso dos professores é lapidar de que este discurso moralista é vazio: mais cedo ou mais tarde, todo mundo encontra um que é um carrasco, tentando descontar suas próprias frustrações nos alunos. O mesmo ocorrendo com os chefes. Porém, de fato, sob alguns aspectos estamos no terreno movediço da viadagem. Não da viadagem correlativa ao homossexualismo – cada um que tem a sua orientação sexual, e pode – e deve – tentar satisfazê-la, até pra se aliviar deste mundo doido que a gente vive. O que está sobrando no mundo, na verdade, é a viadagem da frescura, e o que vem faltando, por conseguinte, é paudurescência.
Esta dito.

Aforismo XCIV

Eu queria ser só amor, mas a verdade é que odiar também é necessário. Porque há muita coisa e muita gente que não presta. Não necessariamente nesta ordem.

terça-feira, 12 de abril de 2011

No cravo e na ferradura

Certa vez estou eu numa pizzaria com um grupo de amigos com uma amiga de um desses, que eu não conhecia. Lá pelas tantas ela diz que não sabe cozinhar nada. Respondo de pronto, feito um personagem de Jorge amado:
- Uma mulher tem duas utilidades. Se ela não sabe cozinhar, vai ter que compensar muito na outra.
Bem, era só uma provocação, claro, mas a casa caiu do mesmo modo.

***

Entra Wesley na sala, e depois de algumas provocações quanto a sua sexualidade, ele responde:
- Se Deus inventou algo melhor do que a mulher, ele escondeu consigo.
Evidentemente não dá pra discordar de sua assertiva. Mesmo que seja para atender somente as tais duas utilidades.

Faltou combinar

Rememoro-me de um dos famosos (não sei se verdadeiro) chistes com Garrincha. Antes de um jogo de copa do mundo contra a Rússia, o técnico brasileiro Vicente Feola explicava:
- Garrincha, é o seguinte. Você pega a bola pelo canto, entra na área, dribla o zagueiro e toca pro Vavá fazer o gol.
No que garrincha respondeu:
- Tudo bem, mas você já combinou isto com os russos?
Todas as vezes que observo o estádio “Engenhão” vazio, a despeito dos clássicos que ali ocorrem, penso que os doutos que planejaram construir ali aquela extremamente onerosa obra (tanto na licitação, quanto nos seus famosos “aditamentos”), reflito que faltou combinar com os cariocas.

P.S: O único acerto de planejamento foi o Botafogo ter arrendado aquele estádio. Como este time já não tem torcida (e a que possui é proporcionalmente velha), um estádio grande já ficaria as moscas de qualquer modo, então, melhor mesmo que seja ao menos destinado a este time perdedor. Ao menos os botafoguenses passam a ter um álibi (mesmo que falso) do estádio continuamente vazio.

Mau exemplo e maldades outras

Uma das coisas que me deixou assustado com a tragédia do assassinato das crianças na escola do Rio de Janeiro, é a possibilidade de este evento voltar a se repetir, por causa da ideia que ele transmitiu, do grande estardalhaço que causou.
Relembro-me que, quando o primeiro suicida pulou da terceira ponte, em Vitória, outros vários vieram em seguida – e alguns mais chegaram a se pendurar na ponte e desistiram. Agora mornou. Mas, com certeza, o primeiro acabou empolgando os subsequentes.
Gente doida há demais no mundo. Espero que nenhum se impressione com a fama adquirida pelo facínora e tente extravasar seus sentimentos atrozes para atingir algo similar.

***

Duas maldades cômicas ocorreram de quando destes suicídios e quase suicídios na 3ª ponte. Quando alguém fica dependurado na ponte, o trânsito, obviamente, é interrompido, o que calha por gerar um congestionamento imenso. Pra grande parte das muitas pessoas que já estão no meio da ponte, dentro dos coletivos, já não convém voltar mais: atravessam seus quilômetros de extensão a pé, na pista contrária de onde o cidadão ameaça se jogar. Em um dos casos, o quase-suicida refletia mais demoradamente sobre seu futuro, porém, as indignadas pessoas que passavam do outro lado da pista conseguiam lhe dirigir palavras, ¿e quais eram? Se mata, seu merda, Agora se joga, Pula, seu FDP; e afins. O cara acabou não se empolgando com o “incentivo”, de qualquer modo.
Outro caso, quando o suicida de fato atingiu seu objetivo, um desenhista tascou no jornal no dia seguinte um diálogo (mais ou menos com estas palavras), em que uma pessoa perguntava a outra:
- Ele pulou mesmo da ponte? Por que será que ele fez esta loucura? – No que o outro respondeu:
- Será que ele não tinha dinheiro para pagar o pedágio?
No dia seguinte, sabiamente o chargista pediu desculpas à família e amigos do suicida.

***

E pensando nisto, uma coisa leva à outra, penso que é muito rara a piada que não tenha um quê de maldade. A verdade, em si, pouco importa numa pilhéria, mas a malícia é fundamental, o que não é nada demais: as pessoas não são inocentes (em vários sentidos), o mundo não é inocente, ¿por que as piadas seriam?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Castelos e Satiagrahas desmoronam (¿Democracia pra quem?)

Todas as vezes que um répobro de um juiz deseja atentar contra a sociedade inocentando um criminoso rico, ele fatalmente dirá defender com sua decisão o “estado democrático de direito”.
De maneira menos corriqueira, também ouviremos disparates acerca de “garantias individuais” e “estado policial”.
Bem, como é óbvio, não passam de desculpas para tentar legitimar suas decisões horríveis, injustificáveis sob qualquer ótica – exceto, talvez, a do próprio bolso.
Costumam sobrar ainda críticas ásperas, não pela inatividade – o que pode e deve ser criticado, pois ainda há muito o que progredir neste aspecto –, mas pela atuação do ministério público e da polícia federal. O único erro na atuação destes órgãos, na verdade, é investigar os inimputáveis, os corruptores, os donos do poder.

Bastante cuidado com estas três expressões, portanto. Elas não costumam estar na boca de boa gente.
Muito ao contrário.

***

No Brasil, caso clássico, a mesma pessoa que despende loas e mais loas a velha puta chamada democracia, defende arduamente a autonomia do Banco Central. E aí eu pergunto: ¿quem elegeria os diretores do BC quando tal autonomia lhes fosse concedida? ¿Quem controlaria a política econômica do país? ¿Quando algo desse errado, como conseguiríamos substituí-los de lá, já que não teríamos direito a voto para derrubá-los?
Poderia explanar em longas palavras a profunda antinomia de se defender as duas coisas simultaneamente, mas não é necessário: contra a safadeza não há palavras que bastem.

***

Cito, para lembrar o grande mestre Saramago, algumas tratativas suas sobre governos e democracia.

“O grande mal que pode acontecer às democracias — e penso que todas elas sofrem em maior ou menor grau dessa doença — é viverem da aparência. Isto é, desde que funcionem os partidos, a liberdade de expressão, no seu sentido mais directo e imediato, o Governo, os tribunais, a chefia do Estado, desde que tudo isto pareça funcionar harmonicamente, e haja eleições e toda a gente vote, as pessoas preocupam-se pouco com procedimentos gravemente antidemocráticos”.

“O que temos chamado de ‘poder político’ converteu-se em mero ‘comissário político’ do poder económico.”

“Quando dizemos que é um resultado importante o viver em democracia, dizemos também que é um resultado mínimo, porque a partir daí começa a crescer o que verdadeiramente falta, que é a capacidade de intervenção do cidadão em todas as circunstâncias da vida pública. Ou seja, fazer de cada cidadão um político. A liberdade de imprensa, a liberdade de organização política é o mínimo que podemos ter, porque a partir daí começa a riqueza espiritual e cívica do cidadão autêntico.”

“O grande problema do nosso sistema democrático é que permite fazer coisas nada democráticas democraticamente.”

“Tenho uma visão bastante céptica do que chamamos de democracia. Na verdade, vivemos sob uma plutocracia, sob o governo dos ricos. Com o neoliberalismo económico, certas alavancas que o Estado detinha para agir em função da sociedade praticamente desapareceram. Não se discute hoje a democracia com seriedade. Foram impostos tantos limites à democracia que se impede o desenvolvimento de outras áreas da vida humana. Veja o exemplo do Fundo Monetário Internacional. Trata-se de um organismo que não foi eleito pela população, mas que controla boa parte da economia internacional.

“Na falsa democracia mundial, o cidadão está à deriva, sem a oportunidade de intervir politicamente e mudar o mundo. Actualmente, somos seres impotentes diante de instituições democráticas das quais não conseguimos nem chegar perto.”

“O cumprimento dos direitos humanos é incompatível com o que se está a passar no mundo. Então, se os reivindicas, terás de opôr-te ao que se está a passar. (...) Sem democracia não pode haver direitos humanos, mas sem direitos humanos também não haverá democracia. Estamos numa situação em que se fala muito de democracia e nada de direitos humanos. Creio que essas são as duas grandes batalhas para este século. E se não nos lançarmos nelas, o século será um desastre.”

“Quando digo que a democracia se suicida diariamente, perde espessura e se desgasta, diminuindo a sua densidade, estou a falar de um sentimento que nos afecta, a nós, cidadãos. Sentimos, e sofremos com isso, que não temos importância no modo como funciona a sociedade.”

“O pior que pode acontecer-nos é resignarmo-nos a não saber. Há que aprender a voltar a dizer não, e a perguntarmo-nos porquê, para quê e para quem. Se encontrássemos respostas para estas perguntas, no melhor dos casos entenderíamos o mundo.”

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ciscos e traves

É claro que o Velho Testamento é escrito de maneira altamente metafórica – o que não perdoa, claro, alguns dos que o escreveram/participaram das histórias de serem condenados ao inferno, basta lê-lo para saber das atrocidades ali contidas.

Porém, levando em conta ao pé da letra o que está escrito (como quem escreveu gostaria que entendêssemos), alguns questionamentos insuflam-me a mente: ¿será que Deus, em sua infinita sabedoria, teve alguma dúvida de que Adão e Eva comeriam o fruto proibido?

E, um passo mais adiante: ¿caberia a nós, também cheios de falhas, atirar a primeira pedra no casal pecador?

segunda-feira, 28 de março de 2011

+ da serie constatações

Todo grande serviço é mais difícil antes de começarmos. ¿Um exemplo? Dá uma olhada na montanha que é a pilha de vasilhas do almoço de domingo... Dependendo do tamanho da família, dá vontade de chorar. Mas de pouquinho em pouquinho, vai.

P.S.: Não foi intencional o duplo sentido da última frase.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Da serie constatações

Motores potentes: o melhor jeito para se chegar primeiro... ao próximo sinal vermelho, em que seus ultrapassados também lhe alcançarão.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Um significado

Numa leitura qualquer, deparo-me com a palavra inane. Vou ao dicionário, eis o significado da dita-cuja:
Inane:
1. Vazio, oco. 2. Fútil, frívolo, vão.

Bem, se me fosse dada a possibilidade de agregar mais uma definição a palavra, não teria dúvidas antes de fazê-lo:
3. Aécio Neves.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Seja o que for, um bom português não vai nos salvar

Dizem os çábios ser errado escrever ou falar “risco de vida”, o correto seria dizer “risco de morte”.

Muito me espanta a inteligência de quem tenha chegado a tal conclusão, e, ainda mais, os pseudo-çábios que passam – sem fazer a mínima crítica – a propagar e corrigir os que utilizam a “equivocada” expressão.
Bem, quem diz ou escreve “risco de vida” não faz nada de errado, afinal, a pessoa, animal, seja lá que besta for, arrisca perder a vida – ideia intrínseca a frase.
Em outros termos, “risco de vida” é obviamente correto, pois, quem corre risco de vida, arrisca sim, perder a vida.

Agora, quem corrige os outros sem nem pensar no que esta dizendo, apenas reproduzindo o que outros disseram, feito um papagaio, este corre outro risco: o de passar vergonha e ser desmoralizado com o mais singelo raciocínio que ele não teve a capacidade – ou mesmo a audácia – de ter.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O matrimônio

Diz a piada, que os casados quando dizem aos solteiros que casamento é bom, agem de maneira análoga aqueles que estão tomando banho na praia e dizem para os que estão secos na areia: - vem que tá quentinha... mas quando a gente entra na água, ela esta um gelo.


É de aproximadamente 50% a taxa de separações dos casamentos mais recentes, o que não me espanta, dado que, em nossa sociedade, quando não obrigados (como no serviço), somos criados para não tolerarmos o que nos tolhe. Ao contrário, somos treinados para neutralizar e afastar tudo o que nos reprime – podemos tudo, é o que toda sorte de propagandas, programas e afins tentam nos dizer.
Não podemos, infelizmente.
A começar, pelo simples princípio – como bem nos explica o filósofo italiano Norberto Bobbio – de que nós possuímos direitos, porém, cada direito implica num dever, no dever da outra pessoa de respeitá-lo. E, evidentemente, a recíproca é verdadeira.

O que de fato me espanta não são nem tanto as separações, e sim as manutenções de casamentos que não fazem sentido algum, especialmente passados aqueles cinco primeiros anos, quando ainda se tolera muita coisa, pois o fogo da paixão ainda não esmaeceu.
Basta refletir: ¿quantos casamentos do seu círculo de fato mereciam ter continuado? ¿quantos casamentos que você vê possuem vínculo bom o suficiente para poderes se espelhar neles? ¿Você se espelharia no casamento de seus pais? (isto, claro, se nem eles mesmo já se espelharem, se já não tiverem abandonado o barco e se separado).

O que muitas vezes observo é que, destes 50% que permaneceram casados, grande parte das separações só não ocorreu porque daria muito trabalho. Vai-se ficando, vai-se acostumando, permanecendo com uma pessoa, mesmo já não fazendo nenhum sentido, porque seria uma tarefa muito árdua começar tudo de novo, deixar os filhos, ter que remontar uma casa, ¡e ainda pagar pensão!...
A grande maioria dos casamentos que vejo são um misto de frustrações, um acúmulo de mágoas e concessões que ambos os cônjuges julgam excessivas (de sua parte), e, acima de tudo, cansaço. Cansaço da pessoa, dos trejeitos, das coisas que incomodam repetidamente, cansaço de tudo, em resumo.
O sexo declina em quantidade e intensidade com o tempo, o que antes era motivo de piada passa a incomodar, o tédio sobrevém, as crianças sugam a energia...
De fato, não é fácil.

Não por culpa destes problemas acumulados, mas também como elemento motivador, a grande maioria dos homes trai (se eu fosse chutar um número diria que 95% dos homens o fazem, se fosse chutar outro número seria maior que este), e as mulheres cada vez mais vão aprendendo o mesmo caminho.
É deveras incrível este fato, mas devo dizer que – fazendo um aparte no assunto principal do escrito – cá do diminuto grupo dos 5% no qual estou inserido (não é hipocrisia), chega a ser assustador tal desvio moral ser tão abrangente.
E mais assustador ainda é o fato de muitas, muitas pessoas com as quais convivo/convivi ainda jactarem-se de traírem suas respectivas.
É impressionante.
Outra coisa curiosa é que, claro, para cada mulher traída, há outra que, na grande maioria dos casos, sabe que o seu parceiro esta traindo sua respectiva, e assim mesmo o faz. Esta “ricardona” não possui imaginação suficiente para compreender que, quando conseguir um relacionamento sério, outra mulher fará o mesmo com ela. Imagina que com ela não vai acontecer, "Fulano me respeita”. Tolinha.

Voltando ao tema, na verdade, são vários os elementos espantosos no assunto.
- Como já disse, os casamentos carcomidos que se sustém pelo hábito, ou porque seria demasiadamente difícil recomeçar.
- As traições, tão constantes que realizá-las já nem “pega mal”.
- O fato de tantas meninas mais novas vincularem sua felicidade ao casamento – como se neste tudo fossem flores, como se o matrimônio não resolvesse vários problemas, mas criasse tantos outros.

Enfim, não desejava escrever de maneira que o texto soasse pessimista como acabou ficando.

Mas fica a constatação final de que, quem desejar fundar um relacionamento feliz, baseado na reciprocidade, na confiança, na alegria de estar juntos, na cumplicidade e na coesão, deve fundamentar tal relacionamento baseando-se num objetivo – e não em nossa realidade putrefata.

Boa sorte aos noivos, então.
Mais cedo ou mais tarde me junto ao clube - e tento fazer diferente.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Nós e eles

Eles têm:
- O truculento John Rambo
- O astuto Jason Bourne
- O Duro de Matar detetive John McClane
- Exterminadores do futuro mais ou menos letais consoante o ano de fabricação
- O resistente carcamano Rocky Balboa
- O habilidoso tenente-aviador Pete “Maverick” Mitchell e seus ases indomáveis
- O “resgatador” insuperável, coronel das Forças Especiais James Braddock
- O destruidor de Matrix, o incrível Mr. “Neo” Anderson
- Os tenazes Martin Riggs e Roger Murtaugh, que somados compõem uma máquina mortífera
- Luc Devreux e Andrew Scott, cada soldado universal mais brabo que outro
- O cômico tira da pesada Axel Foley
- O inatingível Steven Seagal (aquele que só faz filmes de luta e nunca leva um soco sequer)
- O criativo Angus “MacGyver
- Os senis, porém, ainda letais, William Munny e Red Logan, os imperdoáveis pistoleiros cowboys
- O apocalíptico Mad Max Rockatansky
- O vingativo gladiador Maximus Decimus Meridius
- O forte caminhoneiro Lincoln “Falcão” Hawk e sua pegada firme na queda de braço (quando ele vira o boné já era, é a própria máquina)
- O patriota de coração valente William Wallace
- O agente especial Jack Bauer, capaz de feitos extraordinários em meras 24h.
- O agente do serviço secreto Ethan Hunt, feitor de uma missão impossível seguida da outra.
- O (nada) pacificador Tenente-coronel Thomas Devoe
- Os agentes K e J, os Men In Black (MIB) – Homens de preto
- O implacável poderoso chefão Don Vito Corleone
- O sinistro policial Marion “Stallone Cobra” Cobretti
- Vingadores do futuro e do presente, predadores, os tais 300, múmias, transformers, moscas, aliens, a porra toda, em resumo

¿E nós? Bem, nós temos o Dadinho, aliás, Dadinho é o caralho, nós temos o Zé Pequeno e o Capitão Nascimento.

¿Ta na dúvida em qual é melhor?

- Matias (still alive), pega a doze.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Da serie constatações (masculinas)

Vamos ao banheiro, há mictórios individuais e um cara usando. Se houver disponibilidade, jamais vamos utilizar o mictório logo ao lado deste que esta sendo utilizado, a despeito deles serem individuais. Damos pelo menos um mictório de distância.

E se utilizamos o mictório coletivo e já houver alguém o utilizando, mesmo depois de prepararmos a arma para utilização e não existir nenhum empecilho para mijarmos, bate um leve constrangimento da pessoa estar ao seu lado enquanto fazes algo particular... e fatalmente a urina vai demorar um pouco mais a sair.

Da serie constatações

Encontrar a pessoa certa já é uma puta dificuldade. Porém, com certeza, mais difícil que encontrá-la é, depois de tê-la achado, manter o esperado relacionamento íntegro – a despeito das lascas e fissuras que vão surgindo ao longo do tempo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Da serie constatações + uma pergunta que não quer calar

Por mais que mudemos de cabeleireiro, todas as vezes que vamos ao referido profissional e este termina seu serviço, eles sempre penteiam nossos cabelos de maneira diferente da de quando nós chegamos.
Daí fica aquela dúvida na nossa cabeça (literalmente): ¿Será que a forma como estou penteando é errada?

Da serie perguntas que não querem calar

Compõe de maneira irremediável a história dos games o jurássico jogo de atari mundialmente conhecido, o Pac-man.


Mas a pergunta que não quer calar é: alguém já zerou esta porra deste jogo? Conhecem alguém que já tenha dado cabo da hercúlea tarefa?
¿Como pode ter feito sucesso um jogo impossível de se vencer?
É um mistério.
Ou, talvez este enorme nível de dificuldade seja exatamente um dos motivos pelos quais tenha obtido extenso êxito comercial.
Vai saber.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011