segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Um significado

Numa leitura qualquer, deparo-me com a palavra inane. Vou ao dicionário, eis o significado da dita-cuja:
Inane:
1. Vazio, oco. 2. Fútil, frívolo, vão.

Bem, se me fosse dada a possibilidade de agregar mais uma definição a palavra, não teria dúvidas antes de fazê-lo:
3. Aécio Neves.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Seja o que for, um bom português não vai nos salvar

Dizem os çábios ser errado escrever ou falar “risco de vida”, o correto seria dizer “risco de morte”.

Muito me espanta a inteligência de quem tenha chegado a tal conclusão, e, ainda mais, os pseudo-çábios que passam – sem fazer a mínima crítica – a propagar e corrigir os que utilizam a “equivocada” expressão.
Bem, quem diz ou escreve “risco de vida” não faz nada de errado, afinal, a pessoa, animal, seja lá que besta for, arrisca perder a vida – ideia intrínseca a frase.
Em outros termos, “risco de vida” é obviamente correto, pois, quem corre risco de vida, arrisca sim, perder a vida.

Agora, quem corrige os outros sem nem pensar no que esta dizendo, apenas reproduzindo o que outros disseram, feito um papagaio, este corre outro risco: o de passar vergonha e ser desmoralizado com o mais singelo raciocínio que ele não teve a capacidade – ou mesmo a audácia – de ter.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O matrimônio

Diz a piada, que os casados quando dizem aos solteiros que casamento é bom, agem de maneira análoga aqueles que estão tomando banho na praia e dizem para os que estão secos na areia: - vem que tá quentinha... mas quando a gente entra na água, ela esta um gelo.


É de aproximadamente 50% a taxa de separações dos casamentos mais recentes, o que não me espanta, dado que, em nossa sociedade, quando não obrigados (como no serviço), somos criados para não tolerarmos o que nos tolhe. Ao contrário, somos treinados para neutralizar e afastar tudo o que nos reprime – podemos tudo, é o que toda sorte de propagandas, programas e afins tentam nos dizer.
Não podemos, infelizmente.
A começar, pelo simples princípio – como bem nos explica o filósofo italiano Norberto Bobbio – de que nós possuímos direitos, porém, cada direito implica num dever, no dever da outra pessoa de respeitá-lo. E, evidentemente, a recíproca é verdadeira.

O que de fato me espanta não são nem tanto as separações, e sim as manutenções de casamentos que não fazem sentido algum, especialmente passados aqueles cinco primeiros anos, quando ainda se tolera muita coisa, pois o fogo da paixão ainda não esmaeceu.
Basta refletir: ¿quantos casamentos do seu círculo de fato mereciam ter continuado? ¿quantos casamentos que você vê possuem vínculo bom o suficiente para poderes se espelhar neles? ¿Você se espelharia no casamento de seus pais? (isto, claro, se nem eles mesmo já se espelharem, se já não tiverem abandonado o barco e se separado).

O que muitas vezes observo é que, destes 50% que permaneceram casados, grande parte das separações só não ocorreu porque daria muito trabalho. Vai-se ficando, vai-se acostumando, permanecendo com uma pessoa, mesmo já não fazendo nenhum sentido, porque seria uma tarefa muito árdua começar tudo de novo, deixar os filhos, ter que remontar uma casa, ¡e ainda pagar pensão!...
A grande maioria dos casamentos que vejo são um misto de frustrações, um acúmulo de mágoas e concessões que ambos os cônjuges julgam excessivas (de sua parte), e, acima de tudo, cansaço. Cansaço da pessoa, dos trejeitos, das coisas que incomodam repetidamente, cansaço de tudo, em resumo.
O sexo declina em quantidade e intensidade com o tempo, o que antes era motivo de piada passa a incomodar, o tédio sobrevém, as crianças sugam a energia...
De fato, não é fácil.

Não por culpa destes problemas acumulados, mas também como elemento motivador, a grande maioria dos homes trai (se eu fosse chutar um número diria que 95% dos homens o fazem, se fosse chutar outro número seria maior que este), e as mulheres cada vez mais vão aprendendo o mesmo caminho.
É deveras incrível este fato, mas devo dizer que – fazendo um aparte no assunto principal do escrito – cá do diminuto grupo dos 5% no qual estou inserido (não é hipocrisia), chega a ser assustador tal desvio moral ser tão abrangente.
E mais assustador ainda é o fato de muitas, muitas pessoas com as quais convivo/convivi ainda jactarem-se de traírem suas respectivas.
É impressionante.
Outra coisa curiosa é que, claro, para cada mulher traída, há outra que, na grande maioria dos casos, sabe que o seu parceiro esta traindo sua respectiva, e assim mesmo o faz. Esta “ricardona” não possui imaginação suficiente para compreender que, quando conseguir um relacionamento sério, outra mulher fará o mesmo com ela. Imagina que com ela não vai acontecer, "Fulano me respeita”. Tolinha.

Voltando ao tema, na verdade, são vários os elementos espantosos no assunto.
- Como já disse, os casamentos carcomidos que se sustém pelo hábito, ou porque seria demasiadamente difícil recomeçar.
- As traições, tão constantes que realizá-las já nem “pega mal”.
- O fato de tantas meninas mais novas vincularem sua felicidade ao casamento – como se neste tudo fossem flores, como se o matrimônio não resolvesse vários problemas, mas criasse tantos outros.

Enfim, não desejava escrever de maneira que o texto soasse pessimista como acabou ficando.

Mas fica a constatação final de que, quem desejar fundar um relacionamento feliz, baseado na reciprocidade, na confiança, na alegria de estar juntos, na cumplicidade e na coesão, deve fundamentar tal relacionamento baseando-se num objetivo – e não em nossa realidade putrefata.

Boa sorte aos noivos, então.
Mais cedo ou mais tarde me junto ao clube - e tento fazer diferente.