segunda-feira, 9 de março de 2020

Analfabestismo tardio

Não fui alfabetizado na escola.
Aprendi a ler e a escrever aos 3 anos de idade, de maneira autodidata, lendo cartazes, outdoors, vendo propagandas na TV e afins. Depois de compreender as palavras, sozinho mesmo, com um lápis na mão, fui reproduzindo-as (com uma letra terrível, que me acompanha até hoje) sem que meus pais, professores nem ninguém me ensinasse.
Por ter me alfabetizado em idade tão tenra, não tenho absolutamente nenhuma lembrança em que eu já não soubesse ler e escrever. Só posso, na verdade, precisar a idade com que me alfabetizei pelo que meus pais me contaram; pra mim mesmo, desde sempre, sei ler e escrever.
Compartilho essa história porque alguns livros de filosofia que li — e o último, a Dialética Negativa de Theodor Adorno entra nesse time — me trouxeram uma peculiar sensação, de não apenas me sentir limitado e burro, mas também de minimamente compreender qual deve ser a desagradável sensação de se sentir um analfabeto, sensação que, como descrito, não me lembro de ter sentido:

Heidegger deriva da logicidade da cópula a pureza ontológica que agrada à sua alergia àquilo que é fático; do juízo de existência, contudo, ele retira a lembrança do ôntico, que permite então hipostasiar o resultado categorial da síntese como um dado.” (p. 93)

Ler 350 páginas desse caminhão sem freio é, de fato, dose pra cavalo — ou, mais bem dizendo, dose pra burro, que é como nos sentimos ao lê-lo.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Da série constatações

Stranger Things cumpre o mesmo papel nessa década que o filme os Goonies na década de 80.

domingo, 9 de setembro de 2018

A Arpa - por Elena Dudina (Fotografia manipulada - Abduzeedo)

Da série perguntas que não querem calar

É muito interessante ver filmes sendo lançados com versões especiais que são apelidadas de “versão do diretor”.
Ora, a versão normal, a versão estendida, a versão sem cortes, a versão sem censura (unrated), de cinema etc., são todas, por óbvio, versões do diretor, ¿não é mesmo?

Fotografia - por Pierre-Louis Ferrer (Idea fixa)

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Da série perguntas que não querem calar

A seleção brasileira de futebol adotava o branco como cor da camisa. Depois da derrota de 50, querendo expurgar tudo o que remetesse àquele fatídico resultado, trocou de cor e passou a adotar a famosa amarelinha.

Adotando-se a mesma premissa, depois da vexatória derrota de 7 a 1 da escrete do Felipão, ¿não deveriam ter avaliado outra mudança?