Mentiras bem contadas
Tateando as cegas no olho do furacão
sábado, 5 de setembro de 2020
Lumpemproletariado
Às vezes é demasiado fácil identificar o lumpemproletariado.
Um ladrão, por exemplo, não abomina a ideia de
propriedade – ele só a quer para si.
segunda-feira, 9 de março de 2020
Analfabestismo tardio
Não
fui alfabetizado na escola.
Aprendi
a ler e a escrever aos 3 anos de idade, de maneira autodidata, lendo cartazes, outdoors,
vendo propagandas na TV e afins. Depois de compreender as palavras, sozinho
mesmo, com um lápis na mão, fui reproduzindo-as (com uma letra terrível, que me
acompanha até hoje) sem que meus pais, professores nem ninguém me ensinasse.
Por
ter me alfabetizado em idade tão tenra, não tenho absolutamente nenhuma lembrança
em que eu já não soubesse ler e escrever. Só posso, na verdade, precisar a idade
com que me alfabetizei pelo que meus pais me contaram; pra mim mesmo, desde
sempre, sei ler e escrever.
Compartilho
essa história porque alguns livros de filosofia que li — e o último, a Dialética
Negativa de Theodor Adorno entra nesse time — me trouxeram uma peculiar
sensação, de não apenas me sentir limitado e burro, mas também de minimamente
compreender qual deve ser a desagradável sensação de se sentir um analfabeto, sensação
que, como descrito, não me lembro de ter sentido:
“Heidegger
deriva da logicidade da cópula a pureza ontológica que agrada à sua alergia
àquilo que é fático; do juízo de existência, contudo, ele retira a lembrança do
ôntico, que permite então hipostasiar o resultado categorial da síntese como um
dado.” (p. 93)
Ler
350 páginas desse caminhão sem freio é, de fato, dose pra cavalo — ou, mais bem
dizendo, dose pra burro, que é como nos sentimos ao lê-lo.
terça-feira, 8 de outubro de 2019
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
Aforismo CXXIV
O capitalismo é o exercício da liberdade de se poder ir para
um lado e para o outro ignorando-se que se está dentro de uma jaula.
sexta-feira, 17 de maio de 2019
Da série constatações
Stranger
Things
cumpre o mesmo papel nessa década que o filme os Goonies
na década de 80.
domingo, 9 de setembro de 2018
Da série perguntas que não querem calar
É muito
interessante ver filmes sendo lançados com versões especiais que são apelidadas
de “versão do diretor”.
Ora, a versão normal,
a versão estendida, a versão sem cortes, a versão sem censura (unrated), de
cinema etc., são todas, por óbvio, versões do diretor, ¿não é mesmo?
segunda-feira, 2 de julho de 2018
Da série perguntas que não querem calar
A
seleção brasileira de futebol adotava o branco como cor da camisa. Depois da
derrota de 50, querendo expurgar tudo o que remetesse àquele fatídico
resultado, trocou de cor e passou a adotar a famosa amarelinha.
Adotando-se
a mesma premissa, depois da vexatória derrota de 7 a 1 da escrete do Felipão,
¿não deveriam ter avaliado outra mudança?
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