No ônibus para a rodoviária, já sem tempo para maiores obstruções, percebo que me falta a identidade.
Procuro-a insistentemente no caminho, mas não encontro. Não dá nem pra cogitar voltar em casa para buscá-la.
Chego para pegar o ônibus, crucial para que eu pudesse trabalhar no outro dia, já que era o último (23:29h) e apresento os outros documentos com foto que possuo ao motorista: crachá da empresa, do sindicato, do plano de saúde.
Ele reluta, mas acaba me deixando ingressar no ônibus.
No meio da viagem, tive a sincera impressão que se eu fosse negro e tivesse uma cara mais enfezada, eu não teria conseguido êxito.
Arrebatou-me uma vontade sincera que, se isto fosse realmente verdade, eu também tivesse sido barrado, não obstante as deletérias consequências profissionais.
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