terça-feira, 8 de setembro de 2009

Hipnose ofídica

Lembro-me de uma canção do Dado Villa Lobos, algo como “o que era Dostoievski virou... Sharapova”.
Paciência com a perda intelectual da comparação, há outros ganhos, também.
Oscar Wilde nos defende:

“Mas a beleza, a verdadeira beleza, acaba onde começa a expressão intelectual. O intelecto é em si uma forma de exagero e destrói a harmonia de qualquer rosto. Assim que nos sentamos a pensar, ficamos todos nariz, todos testa, ou outra coisa horrenda. Veja esses homens que triunfam em qualquer profissão intelectual. São completamente hediondos!”

A despeito da licenciosidade moral de Wilde, há de se ceder aos fatos, se Dostoievski:


E, por outro lado, Sharapova:


As cobras não têm pálpebras móveis, diferentemente dos animais que rotineiramente observamos:

Ou seja, mesmo que quisessem, não poderiam fechar os olhos. Isto faz com que sua visão seja extremamente constante, fixa, já que não piscam. Alguns animais, como as rãs, permanecem estáticos de quando da aproximação destas criaturas deveras excêntricas que são as serpentes. As rãs permanecem paradinhas porque supõem que assim não serão vistas. Não por causa de hipnose ou algo que o valha.

Porém, segundo a crença popular, os pássaros são atraídos de uma maneira irresistível, ficam paralisados ante o olhar da cobra. E irremediavelmente são devorados.
Vou assistir a um jogo de tênis e eis que lá está a diva Sharapova, cada rebatida é um grito, cada grito é uma delícia de se ouvir.
Prossigo assistindo o jogo, eu que nem me ligo muito para tênis. E para o seu olhar ofídico, só posso dizer que sou o pássaro hipnotizado.
Donde se conclui que a hipnose para caça, às vezes intencional, às vezes não, só nas Sharapovas da vida.

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