Mesmo com dificuldades técnicas evidentes, os anos 80 deixaram uma bela marca no rock nacional, com bandas como Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, RPM, Ira!, Lobão, Titãs, etc. Na verdade, acho até interessante essa questão dos “anos 80”, posto que, acredito que o melhor momento destas bandas – com a exceção do RPM – se deu na década de 90.
Mas vamos lá, a década de 90 também viu surgir outra geração (já nem tão roqueira), com O Rappa, Jota Quest, Pato Fú, Los hermanos, Skank, Charlie Brown Jr., Gabriel, o Pensador, Raimundos, etc.
Nos anos 2000 a coisa já ficou meio nublada, a geração não é tão óbvia, a pirataria destruiu a indústria musical, e, garimpando, consigo citar Detonautas, Pitty, Cachorro grande, (deve haver outras que me fogem).
Uma das coisas que julgo mais interessante é que na década de 80 não havia, propriamente, um esforço para se parecer intelectual, para que as músicas soassem mais profundas do que de fato eram. A coisa era mais natural, coerente, as letras as personalidades, as ideias. Era um todo mais coeso.
Porém, se a grande maioria das bandinhas das duas últimas gerações pouco se importam com a própria pequenez mental, há dois artistas que, de maneira bem evidente, se esforçam para atingir um resultado maior do que o lixo atualmente produzido: Pitty e Los hermanos. Parece-me que estes dois artistas sabem identificar o que é destacado no som alheio, sabem apreciar as boas ideias – que, tanto os artistas da década de 80 do Brasil quanto outros rockeiros mundo afora possuem –, sabem que é possível fazer uma música boa e inteligente, enfim, a Pitty e os Los Hermanos sabem o que é bom e tentam fazer a mesma coisa.
É pena que não consigam.
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