quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os alquimistas já estão no corredor

     Muitos foram os alquimistas da antiguidade que pereceram sofrendo, tentando encontrar a pedra filosofal, a substância mítica capaz de originar quaisquer outras substâncias, do ouro ao elixir para a imortalidade.
     (abro um parêntese para questionar se os alquimistas lembraram, durante essa busca insana, de que não adianta ser imortal - como bem sabe Titono-, há de se manter o corpo são e jovem enquanto se envelhece. Apenas garantir a imortalidade sem garantir a juventude, ao invés de fonte de alegria, bem ao contrário, seria fonte de um eterno padecimento com o corpo ficando cada vez mais decrépito e esclerosado, enquanto simultaneamente não se consegue morrer.)

     Bem, voltando ao assunto (tenho que controlar minhas digressões), os alquimistas talvez jamais pudessem imaginar, mas aquilo que mais se aproximaria da pedra filosofal em nossos tempos é um grão: a soja.

     Vejamos. A soja é capaz de fornecer resinas, tintas, óleos, cosméticos, solventes, combustível (biodiesel), etc.
     A soja, que nos serve em tantos produtos químicos, também é alimento básico para a ração de para inúmeros animais.
     Como se não bastasse, da soja se faz leite, se faz queijo, se faz farinha, se fazem sucos diversos, se fazem carnes diversas, se faz salada, etc.
     ¿Como pode meu Deus, do mesmo produto se fazer carne e saladas?
     Esta descoberta a pedra filosofal, não há dúvida.


P.S: Como nem tudo são flores, os ambientalistas (com toda razão) dirão que a soja não é um elixir, é um câncer para o mundo, dada a degradação que suas extensas áreas cultivadas (muitas vezes sobre a própria Amazônia) acarretam para o meio ambiente – afora a loucura transgênica, claro.
     Como ocorre desde o início dos tempos, o que para alguns é a salvação, para outros é a danação. Paciência.

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