sábado, 15 de dezembro de 2007

Vento, ventania

Por estas plagas, esta noite o vento chegou a incríveis 47 nós, ou seja, mais de 84 kM/h .
O pessoal antigo de bacia até comentou por aqui que isto não acontecia antes. Retrato das mudanças climáticas provocadas pelo homem.

Porém, o vento não me levou para as bordas do céu, daí não consegui puxar as barbas de Deus. Não conheci o lugar onde nasce a chuva, e onde o puto faz a curva. Não cavalguei nos seus desatinos (mas quase). Talvez não o fiz porque desatino por desatino já tenho os meus suficientemente.
Não vi revoadas, tampouco redemoinhos. Estive na expectativa que a revoada fosse feita por nós, ejaculados longe. Redemoinhos estavam para ser formados... pararam pouco antes.
O vento não carregou balões para o mar, posso dizer que ele traz pouca coisa pra cá, além de percepção de solidão e frio (soma perversa).
Não o vi enrolar pipas nos fios. Neste caso defendo-o, afinal, sem ele as pipas sequer alçariam vôo.
Não consegui mandar meus beijos pelo ar, feito o pastor Santiago.
Não fui aos quatro cantos do mundo, ainda caço feito um guepardo faminto os recantos obscuros dentro de mim, mesmo.
O vento abrandou, sim, o calor do sol. Até demais. Emaranhou os cabelos das parcas meninas que por aqui se encontram.
Não pude através dele, voltar. Mas eu chego lá.
Voltarei. Sempre remediado, sempre diferente de quando subi. Qual seria esta diferença?
Desço mais velho. Sinceramente mais velho.

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