1 - Antes de começar a trabalhar, a pindaíba era deveras ferrada. Estava eu na escola e uma professora me pede:
- ¿Você compra um pacote de pipoca pra mim?
Aquilo me desarmou totalmente, eu não tinha um centavo, só andava com o passe escolar no bolso, a situação financeira era realmente crítica:
- Professora, ¡¡¡mas eu não tenho dinheiro nem pra mim!!! – disse, com toda ênfase e inocência possíveis.
- Não, é só pra você ir buscar, eu te dou o dinheiro.
(É claro que o diálogo tinha de ocorrer na frente de vários colegas.)
Vendo o espanto com que eu a respondi, ela entendeu meu sofrimento e me ofereceu dinheiro para que eu comprasse um pacote de pipoca pra mim, também.
Evidentemente só comprei o dela.
2 – Estou eu em um avião lendo (ótimo lugar pra leitura), mas um senhor que estava ao meu lado puxa papo, ignoro o livro e o escuto. Conversamos um bom tanto (o voo era extenso) e lá pelas tantas ele puxa o livro que estava lendo e começa a me mostrar trechos dele, me pergunta minhas opiniões sobre os assuntos ali referidos. Vamos debatendo, vou apontando o que discordo e o que concordo das ideias contidas na obra.
Ele então me mostra um trecho que julgo particularmente desfavorável:
- Ah, mas isto aqui não dá, o autor enrolou, ¡encheu linguiça!
No que ele responde, para meu desespero:
- O autor do livro sou eu.
3 – Meio boquirroto que sou na hora de fazer piadas (o meio vem da minha auto-indulgência), lido com uma menina contra a qual recaíam insinuações de que seria lésbica (para alguns ignaros, absurdo de marca maior). Bem, tanto pelo fato de não ver nenhum problema nesta orientação sexual, quanto por acreditar, pelos trejeitos, roupas e que tais da menina que eram mentiras direcionadas contra ela, resolvo levantar a bola pra ela cortar (de fato cortou, mas em outra direção), pergunto na lata:
- É verdade que você cola o velcro, que bota as aranhas pra brigar?
Para constrangimento mútuo, ela não soube o que responder: era verdade.
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